sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

MAE SOT - TAILANDIA

Pegamos um onibus de Lampang até Tak que levou 2,5 hs de viagem e custou US 4,30/ cada.
Depois uma van até Mae Sot, 1 h e US 2,60/ cada.

Nos hospedamos no Phannu House, US 13/ noite, a pousada era mais ou menos, mas os quartos bem limpinhos e a localização boa, bem perto do centrinho da cidade.

A cidade é bem pequena, duas ruas principais e mais algumas outras menores, na verdade não tem quase nada para se fazer.

Alugamos 3 bicicletas por US 1/ cada por dia e passamos o tempo pedalando pra lá e pra cá.




Passando o tempo de bicicleta.


As vezes visitávamos algum templo mas sempre acabávamos em algum café/ bar pra bater papo e deixar o tempo passar.




Esse Templo Budista era bem bonito.



Esse Chines, também.


Viemos para cá porque precisávamos esperar uns dias antes de voltar para Pai onde passaremos o natal e reveillon.

Escolhemos Mae Sot por ter um transporte fácil, tanto para chegar, quanto para ir embora e também por ser uma cidade na fronteira com o Mianmar.
Então esperávamos encontrar uma variedade diferente de pessoas. 
Aqui, além dos tailandeses, existem vários chineses (normalmente comerciantes de produtos ilegais), e muitos birmaneses (a maioria ilegal), além de bastante europeu e outros estrangeiros envolvidos em algumas ONGs que se instalaram na cidade, com intenção de ajudar refugiados birmaneses.
Por ser fronteira tem também um número grande de militares tailandeses e vários militares birmaneses (à paisana) infiltrados na população, esses pretendem manter um certo controle sobre pequenos grupos de rebeldes birmaneses que se refugiam aqui.

Perto da borda com o Mianmar, existem 7 campos de refugiados, alguns enormes (ouvi dizer que no total existem mais de 150 mil refugiados) que tentam dar uma proteção aos coitados que fogem de um governo opressor, violento e principalmente de uma pobreza muito grande.

Eu gostaria de conhecer mais sobre esses programas de auxílio a refugiados, deve ter coisa bem interessante.
Li que os Estados Unidos financiam alguns projetos e tem tido um resultado bem positivo.

Por tudo isso, a cidade de Mae Sot acaba sendo bem problemática, cheia de refugiados, legais e ilegais, uma polícia corrupta e muita coisa rolando em torno de um mercado negro que mexe com pedras preciosas e semi, ouro e drogas também.

É claro que o turista fica fora de qualquer problema que esteja no ar e a presença de estrangeiros das ONGs garante uma boa segurança.
Mas também não se tem muito o que fazer a não ser que queira ser voluntário em algum orfanato ou campo de refugiados.

Resumindo, Mae Sot não vale a visita.
Ou vale, se voce quer conhecer uma realidade que não é muito agradável de ser vista.

Algumas fotos :





Esperando o onibus e falando
bobagem só pra variar.



Olha que onibus moderno.



Falsa vilazinha do Oeste Americano
em Mae Sot.



Templo, por fora ...



... e por dentro.



Outro, por fora ...



... e por dentro.



Casa típica daqui, em madeira teca.


Agora vamos para Pai, no norte da Tailandia e ficaremos por 20 dias, então o próximo post vai demorar um pouco mais que o normal, devo publicar de novo só na segunda semana de janeiro.

domingo, 15 de dezembro de 2013

LAMPANG - TAILANDIA

De Mae Hong Son até Lampang viemos em duas etapas, primeiro uma van até Chiang Mai que levou 5:30 hs e custou US 8/ cada e depois outra por 1:30 hs e US 2,30/ cada.

Ficamos no Riverside Guesthouse, US 13/ noite.
Uma boa surpresa pois é um antigo casarão em madeira teca, reformado para pousada, tem vários ambientes super legais e principalmente uns espaços confortáveis na beira do rio.




A pousada.



Um dos ambientes legais.



Outro.


O dono é um italiano que eu imagino que aproveita muito bem a vida.
Poucos metros ao lado da pousada tem também o restaurante Riverside, do mesmo dono, muito bom também, na beira do rio, com música ao vivo toda noite.




Alguns dos brinquedinhos do italiano ...



... ele curte a vida, ou não ?


E sobre Lampang em si não tenho muito a dizer, é uma cidade grandinha demais pro meu gosto.
Mas tem vários e belos templos, alguns de influencia chinesa e muitos de influencia birmanesa, pela proximidade com a fronteira do Mianmar.




Belo templo.



Outro.



Mais um.


Outra coisa meio interessante é que Lampang é a única cidade da Tailandia onde existem carruagens inglesas em pleno uso.
No fim do século 19, Lampang era um próspero centro onde tudo girava em torno da extração da madeira teca.
Sim, novamente a famosa madeira teca.
E os “bonzinhos” ingleses, que estavam por trás dessa indústria toda resolveram trazer uma série dessas carruagens prá cá, acho que só para matarem as saudades de casa.




São charmosas e utilizadas até hoje em dia ...



... para passeios turísticos e também
transporte dos moradores.


O post sobre Lampang poderia encerrar aqui.
Mas não vai. 
Pois agora achei uma boa oportunidade para falar de um assunto importante e interessante aqui da Tailandia.
Eu ia falar nisso até antes, mas agora será a hora mais apropriada.

Elefantes.

Tenho várias informações sobre esses animais, que são o símbolo adotado pela Tailandia.
Assim como a águia foi para os Estados Unidos e o leão pelos Britanicos.

Explico porque agora é o momento para falar deles :  Lampang tem o Elephant Conservation Center.
O centro de elefantes oficial da Tailandia, que não é somente um centro turístico de treinamentos como vários outros espalhados pelo norte do país.
É o centro oficial gerido pelo governo (mas comandado por um americano e alguns voluntários ingleses) com suporte financeiro internacional onde fazem pesquisas e tem hospital para cuidar dos bichos.

- O elefante foi no passado importantíssimo, entre outras coisas, para a indústria de extração da madeira teca, foi tão treinado e utilizado que na região de Lampang chegou a existir a mesma quantidade de elefantes e habitantes.

- Praticamente todo elefante tem seu treinador exclusivo, o mahout, que fica com ele a vida toda.
Imaginem a ligação de um com o outro.

- Eles também foram utilizados na guerra, eram os "tanques de guerra" de antigamente, carregavam armamentos e serviam de escudo e máquina de destruição também.

- Quando os ingleses chegaram nessa região aqui e começaram a construir e explorar os recursos naturais, trouxeram com eles máquinas e caminhões, é claro que visando mais eficácia, e assim, praticamente acabou a função do elefante.

- Há um século existiam por volta de 100.000 elefantes na Tailandia, hoje em dia somente uns 2.500.
E centenas desses (cada um com seu mahout), já sem “emprego”, foram levados a Bangkok e outras grandes cidades, para ficarem vagando pelas ruas, pedindo esmola em troca de uma foto dos turistas.
Estes sobrevivem nas periferias dessas grandes cidades, subnutridos e com uma vida encurtada e realmente sofrida.
Triste, muito triste.

Tenho muita pena deles, mas mais ainda de seus pobres mahouts.

Mas não é culpa de ninguém, especificamente. É o preço do progresso.

Então, resta a nós, turistas, não nos rendermos à simples vontade de tirar uma bela fotografia e, assim, esperar que os bichos sejam deixados em paz.

- Outros vários elefantes, mais sortudos, estão espalhados por diversos locais da Tailandia onde são utilizados no turismo.
Estes são bem tratados, até melhor que no passado.

- Agora legal mesmo é esse Centro aqui em Lampang.
Não tem mais de 40 elefantes, mas são muito bem tratados.
Graças aos turistas que deixam uma grana visitando o complexo e também recursos do governo e doações estrangeiras.
Tem também as pinturas, que uns caras de Nova York ensinaram as técnicas para eles fazerem e são vendidas pelo mundo (através da internet), por até 1.000 dólares uma tela.

- O hospital do Centro, financiado por uma empresa suíça, não só trata os necessitados (imaginem a dificuldade de tratar um elefante), como foi responsável em 2008 por fazer um elefante voltar a andar com uma prótese na pata dianteira, arrancada numa explosão de mina na fronteira com o Mianmar.
O único caso bem sucedido no mundo.

E, não devem ter sido poucos os coitados dos elefantes que morreram ou tiveram que ser sacrificados porque nós, espertíssimos seres humanos, enchemos as fronteiras com minas terrestres para explodirmos uns aos outros.

- Aqui no Centro também estão alguns dos elefantes exclusivos do Rei da Tailandia, se me lembro bem, ele possui 13 e 8 estão aqui.
Parece bobagem esse negócio de elefante real mas é muito importante para eles.
Nós, turistas comuns não pudemos ver esses elefantes da realeza, mas se voce quiser venha para cá, desembolse uma graninha e passe dois dias no Centro, conhecendo a rotina dos elefantes e seus mahouts e, assim terá o privilégio de conhecer os elefantes brancos do Rei.

- Quando a Tailandia ainda se chamava Sião, antigamente, na sua bandeira, lá estava a figura do elefante.

- Os primeiros elefantes foram domesticados há 2.000 anos atrás, aqui, no norte da Tailandia.




A maternidade.



Hospital e um paciente ali atras.



Sala de cirurgia.



Elefantes e seus mahouts...



... um é o melhor amigo do outro ...



... um depende totalmente do outro.



Essa é ainda jovem, mas já está
aprendendo a pintar ...



... o quadro dela é o primeiro da esquerda.


Nós, em geral, costumamos ter uma simpatia gratuita por alguns animais.
E antipatia por outros.
Porque ?
Sei lá, mas sei que do golfinho e do esquilinho todo mundo gosta e da barata e do rato ninguém gosta, né ?
Voce conhece de perto um elefante ?
Não ?
Procure conhecer e repare nos olhos dele, voce vai gostar !!

Mais fotos :




Mais uma na pousada.



Indo pro Centro de Elefantes,
de "pau-de-arara".



Alguém conhece ?
Essa pintura se chama "saia e blusa".



Sabem porque a Sílvia tá com essa cara ?
Porque as vezes só tem cerveja quente e os
tailandeses não se importam muito e tomam com gelo.
Ah, e de canudinho !!



Sabem como se fala elefante em tailandes ?


Próximo post Mae Sot.


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

MAE HONG SON - TAILANDIA

De Pai para cá, a idéia era virmos de van, rápida e com ar condicionado.
Mas estavam todas cheias então sobrou o precário onibus público, US 2,70/ cada, 4 horas de viagem para percorrer 110 km, cheio de subidas, descidas e mais de 1.000 curvas (sem exagero).
Então imaginem a velocidade dele.
Nas subidas se voce for andando a pé, vai dar no mesmo.
E, claro que o onibus estava caindo aos pedaços, chegava a ser engraçado.



O onibus.



Chegando em Mae Hong Son, já gostamos de cara, cidadezinha pequena, calma, praticamente só uma avenida principal onde estão alguns bons hotéis e um lago com algumas pousadas em volta.




Portal.


Ficamos na First House, US 10/ noite, simples, com os quartos bem limpinhos e um providencial terraço com vista para o lago. Não precisavamos de mais nada.




Nossos 2 quartinhos, à direita.



O terraço, suspenso.



E a vista, a partir dele.


Demos umas voltas pela cidade, no mercado público, templos (só prá não perder o costume) e na beira do lago.




Mercado.


Num outro dia fomos um pouco mais longe.
Num parque público legal, que tinha como principal atração lagos, riachos e até uma pequena gruta, lotados de carpas.
Algumas enormes e outras super gordas.
Na entrada do parque já tem algumas mulheres vendendo comida pros peixes. Pão, ração, biscoitos, etc.

As carpas agradecem e não vão embora nunca mais, comida farta e sem esforço nenhum.




Parque das carpas.



A super população, num pedaço do riacho, dentro da gruta.



Nessa mesma gruta, tinha essa estátua.
 Achamos que deve ser de algum monge que viveu aqui em retiro.
Agora, aquele pano de oncinha com que
cobriram a estátua, é de gosto bem duvidoso, não ?


O parque é legal, bem cuidado, bonito mas o mais legal mesmo é observar o povo, tem cada um mais engraçado e diferente que o outro. São turistas sim, mas quase não há “gringos”, esses são na maioria tailandeses.

Voltando do parque fomos em mais um templo no alto de uma montanha, com vista para Mae Hong Son, lá em baixo, super tranquila.




Vista da cidade, desde o templo na montanha.



Aquele templo, lá no fundo em cima da montanha.


Andei pensando ... e aqui achei uma boa definição de cidade ideal.
Claro que levando em conta que só ficamos 4 dias e que só enxerguei o que eu quis.
Se passasse mais tempo provavelmente veria os defeitos e mudaria de idéia.

Mas o que vale é a definição : - Cidade pequena, rodeada de montanhas, sem transito algum, pacata, espalhada, com poucos restaurantes e bares, mas alguns bons.
Poucos turistas, um bom mercado público que funciona todos os dias, um belo lago com peixes e um caminho ao redor com bancos e sombra de árvores.
Templos, vários, onde cultuam a religião budista que provavelmente é a maior responsável pelo comportamento respeitoso e pacato do povo.
Um hospital público decente.
Polícia, que está mais para servir do que para repreender.
Uma pequena prisão, pra quem folgar.
Uma feirinha noturna em volta do lago, todos os dias.
E, acima de tudo, em primeiríssimo lugar, o maior “estabelecimento” da cidade, bem maior que qualquer outra coisa aqui : - Escola pública = educação = analfabetismo zero (eu imagino).

Mudando de assunto.

Uma curiosidade desse Budismo Theravada (um dos tipos existentes) : - Quase toda pagoda (essa construção circular) dentro de templos, independentemente do tamanho, tem nichos em volta e cada um representa um dia da semana.
Para eles (os budistas), o dia da semana em que voce nasce é muito importante, então reze na frente do seu.




É disso que estou falando...



... e com zoom em um dos nichos.


E uma curiosidade, agora sobre os monges : - Teoricamente, quando alguém se torna um monge, abre mão de todas as coisas materiais e, somente terá como pretences, suas roupas, uma coberta e a tigela onde receberá comida doada todos os dias.
Simples e prático, como deve ser.




Essas tigelas pretas, da comida.


Mais fotos :





Um, dos dois templos em volta do lago.



O outro.
E dentro desse ...



... um Buda feito de vime
(eu nunca tinha visto).



Outro templo dentro da cidade ...



... e dentro dele, uma das imagens de Buda
mais cultuadas do norte da Tailandia.



Outro belo templo.



Carteado noturno.



Elas não resistem.
E vão a TODAS as feirinhas que encontramos.
Num passo de lesma.
E eu só aturando...



Desenho de representantes das várias
tribos étnicas que tem por volta.



Nesse, algumas com seus nomes.




O lago de noite, visto da pousada.


Próximo post, Lampang.