Viemos de Koh Tao num “pacote” por US 38/ pessoa
que demorou 10:30 hs, primeiro em um barco e depois mais dois onibus.
Chegamos já meio cheios da cansativa viagem e
fomos direto pra Pousada Tiffy’s Dormitory, US 17/ casal. São uns quartinhos
bem simples nos fundos de um restaurante alemão-tai, bem gostoso.
Pena que a foto não está boa pois o local é bem legal. |
A vantagem é que ficava vizinho a operadora de mergulho que tínhamos interesse.
Afinal viemos para cá com intenção de mergulhar.
Chegamos dia 20/1 e o barco de mergulho sairia
dia 22 mas como a Cris e a Sílvia estavam resfriadas adiamos pra próxima saída no dia 26 então assim teríamos 6 dias pra relaxar.
Então no segundo dia procuramos um lugar melhorzinho e nos mudamos
para o hotel Khaolak Youth Club, US 23/ noite, bem legal e com uma bela
piscina.
Bem vinda piscina, pois o sol estava rachando todo dia. |
Khao Lak é uma cidadezinha litoranea a uns 80 km de Phuket.
São umas 4 ou 5 praias, quase na beira da rodovia e duas vilazinhas
que na verdade não passam de alguns bares, restaurantes, mercados, hotéis e
bons resorts e várias operadoras de mergulho.
Não tem muito o que se fazer, mas depois de
alguns dias acabamos curtindo o lugar que é super tranquilo e as praias são bem
bonitas.
Chama a atenção o grande número de turistas com
mais de 60 anos (acho que uns 90%), atraídos pelos belos resorts da região. Os
outros 10%, mais jovens, vem pra mergulhar.
Curioso também é que a grande maioria é de
alemães, não sei porque. Mas, além de vários restaurantes com comida alemã, vi
até barraquinha de milho assado na rua com escritos em alemão.
Existem duas coisas interessantes em Khao Lak. Uma agradável e muito legal que são os barcos de live aboard (para
mergulhadores em geral), que pertecem as operadoras daqui e tem como destino
principal as Ilhas Similan e Ilhas Surin.
Dois conjuntos de ilhas, numa região considerada
um dos melhores lugares do mundo para se mergulhar.
A outra coisa interessante,
porém triste e trágica, diz respeito ao tsunami de 2004.
Naquele fatídico 26/ 12/ 2004 quando uma série
de ondas formadas por uma movimentação de placas submarinas perto da ilha de
Sumatra na Indonésia, se espalhou pelo Oceano Indico e atingiu o litoral de
diversos países, matando 230 mil pessoas.
Fotografei uma foto do tsunami. |
Essa também. |
Na Tailandia, muitos lugares foram atingidos, mas aqui, em Khao Lak, foi o pior, praticamente tudo foi destruído e milhares morreram.
Por outro lado, foi a região que mais se desenvolveu depois disso e
em dois anos, estava praticamente recuperada e pronta para crescer, se tornando
hoje um destino desejado pelos bons resorts que construiram.
Claro que já faz 9 anos e tudo está até melhor
que antes, mas acho que vai demorar muito pro pessoal daqui esquecer daquele
dia, afinal, praticamente todos perderam algum parente ou amigo.
Números da catástrofe :
- No total morreram
230.000.
- Foram 167.000 somente na Indonésia, de longe o país mais atingido.
- Na
Tailandia foram 8.200 mortes, desses 2.450 eram estrangeiros.
- O tsunami
destruiu umas 430 mil casas e estabelecimentos em diversos países e mais de 100
mil barcos de pesca foram destruídos ou avariados.
Por aqui em Khao Lak, restam alguns memoriais,
muitas placas com as rotas de fuga em caso de outra catástrofe e até uma
construção que eu vi, bem alta e forte, numa região que é bem plana e alguns
poderiam se abrigar.
Essas plaquinhas de rota de fuga estão por todo lado. |
Um dos memoriais, cada azulejo tem um nome. |
Na hora do tsunami esse barco (de muitas toneladas), da marinha tailandesa estava ancorado na frente de Khao Lak e foi parar 2 km distante da praia. Foi deixado ali, como um marco. |
No fundo do mar, o tsunami também fez seus estragos, muitos corais foram destruídos e milhões de seres marinhos foram arrastados pra terra e acabaram morrendo, então houve uma certa alteração do ecossistema, maior ou menor em alguns lugares.
Em alguns locais, isso foi até considerado bom
pois os corais que estavam mortos e foram destruídos deram lugar a uma
“renovação”, que levará muitos anos mas deve atrair mais vida em geral.
Voltando aos mergulhos.
Como eu disse tem várias operadoras por aqui e
cada uma tem seus barcos, então segui algumas dicas da internet e escolhemos a
Sea Dragon Dive Center.
Bem profissional e a única que tem um dos barcos mais simples onde voce aproveita os mesmos pontos de mergulho que os outros, porém sem luxos nas acomodações.
Bem profissional e a única que tem um dos barcos mais simples onde voce aproveita os mesmos pontos de mergulho que os outros, porém sem luxos nas acomodações.
Escolhemos a “trip” de 3 dias e 2 noites com 9
mergulhos inclusos.
Preço de US 385/ pessoa, com tudo (inclusive
taxas do parque marinho).
Outros barcos nessa mesma “trip” custam pelo
menos 50% mais, porém tem cabines privadas e mais mordomias.
No nosso todo
mundo dormia junto na parte de cima, sob um toldo.
Parece ruim, mas não é mesmo
!
Na chegada, cada um escolhendo sua cama. |
O capitão, a cozinheira e um ajudante geral, um casal franco-suíço de dive-masters e 8 mergulhadores, nós 3 brasileiros, 3 alemães e 2 holandeses.
O capitão e metade da cozinheira. |
A cozinheira, completa. |
O clima é super amigável e mergulha-se muito, começa logo cedo (as 7:00 já estávamos na água) e o último mergulho era noturno.
Similan é um arquipélago com 9 ilhas.
A palavra
Similan vem do idioma malaio e significa “nove”.
E cada uma das ilhas tem um
nome, mas são mais conhecidas pelos números.
Então, as ilhas 1,2 e 3 estão
fechadas, e é proibido o mergulho em volta delas, pois após o tsunami, ficarão
intocadas e o mar em volta em observação por uns 20 anos, por estudiosos que
querem monitorar os efeitos e a recuperação (acho que foi isso que entendi ?).
As ilhas 4 e 8 possuem hospedagem, em barracas
ou bangalos, bem simples e bem controlados, pois tudo pertence a um parque
marinho e a “polícia” está por lá.
Agora o que interessa mesmo é que em volta de
qualquer uma delas tem inúmeros pontos de mergulho, um melhor que o outro.
E o esquema de live-aboard é perfeito pois o barco fica sempre se deslocando, enquanto nós comemos sem parar (tem umas 5 refeições por dia), descansamos e recebemos instruções para o próximo mergulho.
Nessa mesa nós engordávamos, nos reuníamos e ouvíamos a programação do próximo mergulho. |
Não me lembro do nome de todos os points, mas um especificamente foi excelente, era em volta de umas pedras, chamado de Elephant Head.
Lindo e impressionante.
Peixes multicoloridos, anemonas, corais duros e
moles, muita coisa mesmo.
A rotina num live- aboard (barco de
mergulhadores) não é para muitos, tudo gira em função do mergulho e voce tem
que se virar muito bem sozinho.
Prepara suas tralhas (quem mergulha sabe que
são muitas), se equipa e as vezes tem que pular na água com o barco em
movimento mesmo e não pode perder tempo, pois atrasa os outros e muitas vezes
tem correntes e o barco fica pouquíssimo tempo no local do mergulho e saí pra
ficar em local mais seguro, longe das pedras.
Todo mundo se preparando, meu equipamento era aquele da direita, só tive tempo de tirar uma fotinho e correr pra me equipar e não atrasar a galera. |
Então, num barco com mergulhadores experientes, o novato nem sempre vai aguentar.
Aqui cabe um elogio pois a Sílvia (e também uma
holandesa) não tinham mais que 4 mergulhos no currículo mas se portaram como
“gente grande”.
Eu até tinha um pouco de receio com a Sílvia, pois não sabia se ela iria “aguentar” o
ritmo ou talvez ter algum probleminha básico e não curtir.
Mas depois de ver sua calma (e isso é
essencial), já no primeiro mergulho...
Relax, ela “é boa nisso”.
Outro live -aboard, tem mais mordomias, são bem maiores que o "nosso" barquinho ... |
... e, além de serem mais caros, levam muita gente... |
... e no fim, todo mundo aproveita esse mesmo azul. |
No "nosso", tinha até esse solário. |
Só mais uma ... |
... ou melhor, duas desse azul absurdo !! |
Díficil saber qual por do sol era mais bonito. Se esse nas Ilhas Similan ... |
... ou esse em Khao Lak. |
Em Similan não pude deixar de lembrar de quando estivemos mergulhando em Tulamben na Indonésia (tem um post de lá), e eu comentei que li em algum lugar que dizia mais ou menos assim : - “Voce não pode morrer sem um dia mergulhar em Tulamben”.
Então por minha conta acrescento a essa frase –
“ Também, antes de morrer, não se esqueça de Similan, na Tailandia”.
No próximo post Koh Phayam, bem próximo da
divisa com o Mianmar, uma ilha menos conhecida, mais rústica e mais deserta.
Bem como eu gosto.