terça-feira, 13 de maio de 2014

HOI AN - VIETNA



No post anterior, sobre Da Nang, já comentei que viemos de Hue para cá de onibus em 4 hs e US 8,50/ cada.

Nos hospedamos no Hotel Thanh Binh III, US 21/ noite, muito bem localizado, boa piscina, bom café da manhã, enfim, um hotel legal mas com uns funcionários não muito.
Por US 10 tem também várias opções bem razoáveis, mas tínhamos reservado esse pela internet.











Hoi An é, provavelmente, a cidade mais legal de todo o Vietnã, tem um centro histórico muito bem preservado, na beira do rio e com duas ilhas legais na outra margem.
Quando chegamos na cidade, ajeitamos as coisas no hotel e na primeira vez que fomos caminhar, indo em direção ao centrinho, tinha uma cidade calma em volta, agradável, mas daí voce passa por uma rua estreitinha e de repente, uma boa surpresa, entra no centro histórico, na beira do rio, parece que voce entrou em outro mundo, tudo diferente, super bonito, cheio de luminárias (tipo lanternas chinesas), dá vontade de não sair mais dalí.




Ponte que liga o Centro Histórico a uma das ilhas.




Centrinho.




Uma das ruas que dá acesso ao centrinho.



Eh mais ou menos como o centro histórico de Paraty-RJ, tão diferente do resto da cidade, tão mais legal.
A noite então tudo fica mais bonito com as lanternas acesas e a ponte iluminada.
São várias casinhas históricas com lojinhas, restaurantes, bares, hotéis, etc..




Um dos muitos restaurantes no Centro Histórico.




Essa loja vende réplicas de barcos famosos, feitas de madeira ...




... passei um bom tempo admirando os barcos. Esse, réplica do Black Pearl, pesava uns 7 kg e tinha perto de 1 metro de comprimento. Custava US 200. O frete para entregar no Brasil seria mais US 400, inviável. Mas entregariam na Itália por US 70. Acabei desistindo porque me daria trabalho. Mas que fiquei com vontade, fiquei.



A cidade é famosa também por ter muita loja de fazer roupa sob encomenda (estimam entre 300 e 500 alfaiates e costureiras), tiram suas medidas, voce escolhe o modelo e tecido e no dia seguinte tá pronto, o que voce quiser.




Eh uma loja ao lado da outra.



Também fazem sapatos, de tudo quanto é jeito.




Eta sapatada.



A gastronomia de Hoi An merece respeito, tem vários restaurantes “estrelados” (nesses não fomos) e uma culinária diferente e gostosa.

Na Tailandia tem coisas boas mas geralmente carregam demais nos temperos e principalmente na pimenta.
No Mianmar, Laos e Camboja digamos que a comida é “meia-boca” (pior a do Mianmar).
Na Indonésia já é mais legal, tem de tudo, bem caprichado e muita coisa boa.
Na Malásia, depende, na maioria dos lugares é ruim, mas tem também uma exclusividade de coisas estranhas (e algumas muito boas) em algumas regiões como Penang, por exemplo.

Agora aqui no Vietnã, não tem muita variedade, mas geralmente é tudo gostoso, temperos mais suaves e as vezes surpreendentes.
Frutos do mar estranhíssimos e muitas vezes uma certa influencia francesa nos pratos mais sofisticados.
Mas bom mesmo achei a comida local (típica vietnamita) em Hoi An voce se farta.




Mango Salad, normalmente feita com manga verde e várias folhas e ervas, tem também uma farofinha de amendoim. E aquele negócio branco, que acompanha a salada, é um tipo de um mandiopã de arroz. US 3,00, delícia, vale por uma refeição.




Duas especialidades de Hoi An, um o Cao Lao que é noodle, carne de porco (as vezes camarão), broto de feijão, ervas e um tempero bem diferente, com sabor acentuado de canela. Aqueles quadradinhos são pedaços de noodle fritos US 2. E no prato menor é White Rose, um tipo de ravioli de massinha de arroz, com formato de rosa e recheados com uma pasta de camarão, em cima cebola frita, no potinho do meio é um molho adocicado para mergulhar as massinhas (US 2), simplesmente perfeito.




Rolinhos Primavera. Tem de vários recheios e também com diferentes massas envolvendo. Uns com recheio de vegetais e camarão que são enrolados frios em massa de arroz cozida são excelentes, prá mim, os melhores. Agora esse da foto é uma massinha trançada de arroz frita, fica crocante e o recheio era de camarão com caranguejo. Muito bom também, US 2,50.




Olha o tamanho dessas lulas. Tem também caranguejos coloridos e conchas de tudo quanto é jeito.




Ouriço, grelhado. US 1,50 cada. Eca.



A Cris experimenta quase tudo. E eu quase nada de diferente e com aparencia suspeita. Sou assim, sempre fui, mas na verdade invejo muito ela nisso. Sei que acabo deixando de comer coisas muito boas. Claro que quando ela diz que é delicioso acabo provando também. Sobre esse ouriço, ela disse assim : - Não, nem experimente. Ela me conhece.



Ervas e vegetais são parte importante da culinária vietnamita e aqui tem uma vila (quase dentro da cidade) chamada de Tra Que.
Fornece tudo que o mercado daqui precisa, super fresco e em abundancia e achei interessante que utilizam como fertilizante umas algas retiradas do rio que passa pela vila, super natural, sem conservantes e ecológico.




Fica um visual bacana. E aqueles montinhos de coisa preta, na beira do caminho, são as algas.



Também não posso deixar de comentar sobre a cerveja local, aquela Bia Hoi, baratinha, sem conservantes, que descrevi no post de Hanói onde custava só US 0,25 a caneca.
Não sei porque, mas aqui em Hoi An tem ainda mais barata, chegamos a tomar por inacreditáveis US 0,15 a caneca. E era muito boa.

Ficamos 7 noites na cidade (e ainda mais uma numa ilha, conto mais pra frente) e foi pouco.

Na vila (centro histórico) tem várias coisas pra se conhecer, voce compra um ingresso de US 6 e tem direito a visitar 5 locais, casas antigas, museus, pagodas,etc..
Nos dias que fui sozinho para Da Nang e arredores (post anterior a esse), a Cris e a Sílvia aproveitaram e visitaram algumas coisas por aqui mesmo.
Além, é claro, de terem perambulado na velocidade de uma lesma (é assim que elas andam) por todas as lojas de roupas de Hoi An. Elas disseram que não. Eu duvido.




Parece um Templo Chines, mas elas disseram que na verdade era uma casa de conferencias. Eu não entrei, só tirei a foto da frente.




Ponte Japonesa, é linda, mas para passar por dentro dela tem que ter o ingresso, não fui, só tirei a foto de fora.



Por tres vezes alugamos umas bicicletas (US 1/ cada) e demos uns bons passeios prá todo lado.
Pelas redondezas de Hoi An também tem muito a ser visto, ilhas bem ao lado, era só atravessar as pontes, campos de arroz, vilinhas tradicionais com muitas pessoas vivendo como antigamente.



Com o arroz é mais ou menos assim, quando ele passa da cor verde para a dourada, está na hora de colher,...




... daí essa máquina ajuda o pessoal ...




... e eles põe os grãos para secar em tudo quanto é lugar, as vezes até nas ruas que não tem muito movimento, ...




... então pegam essa parte que sobrou nos campos, juntam e levam embora (não sei o que fazem com isso),...




... e tacam fogo no restante para preparar para plantar de novo.



Passeando numa das ilhas.




Aqui na outra ilha, bem próxima do centro histórico de Hoi An.



E, com se não bastasse tudo isso ainda tem uma praia bem legal somente a 5 kms da cidade.
Mar bonito, areia clara e sossego.
A praia mais próxima fica a 4 kms mas já está meio tumultuada, aliás é tudo uma praia só mas é só ir um pouquinho mais ao sul e o sossego estará garantido.



Essa era a 5 km.




Essa mais próxima, a 4 km.



Antes de virmos para Hoi An, eu tinha lido no nosso guia sobre umas ilhas, próximas daqui e fiquei meio curioso. Pensei, quando chegarmos lá eu vejo. Daí estávamos na praia e lá estavam as ilhas, enormes e relativamente próximas do continente.




Ilhas Cham.



Resolvemos conhecer as ilhas e achamos mais prático pagar um tour com tudo incluso (US 50/ pessoa).
Onde no primeiro dia pegam a gente no hotel logo cedo, levam pro porto, lancha rápida (uns 30 min.) até a ilha.
Chegando lá tour na vila principal, snorkel numa praia deserta e depois a noite arrumam todo o acampamento na praia, até com fogueira e um churrasquinho.
Dia seguinte algumas opções como ficar sem fazer nada, snorkel de novo ou rodar de barco pelas praias, etc..
Depois de volta a Hoi An, entregues na porta do hotel.
Ah e toda a alimentação incluída (e não era nada mal).
O que achei ? – Tour é tour e não gosto muito.
Mas esse não foi tão ruim assim.



Embarcando. 




Chegando na ilha, no fundo a vila dos pescadores.



Praia da vila.



Praia que ficamos, uns 20 min de caminhada da vila.




Nosso acampamento.




A galera a noite na volta da fogueira. Eramos nós 3 brasileiros e eles 6 vietnamitas de Hanói, mais o guia. Eles eram bem jovens e acho que com grana, todos falam ingles, eram bem animados  mas comparando com os jovens brasileiros achei eles meio bobinhos, meio inocentes (no bom sentido).



Vou falar um pouco sobre as Ilhas Cham que são visíveis da praia de Hoi An e ficam no Mar do Sul da China (alguém sabia que o mar que banha a costa do Vietnã é esse ?).
Se chamam Cham porque eram habitadas pelo povo Cham que estavam por lá até a época das guerras recentes, quando foram expulsos.
A ilha tava sob controle militar até bem pouco tempo atrás e além dos milicos só tinha pescadores, agora abriu ao turismo.
Hoje em dia existem cerca de 3 mil pessoas morando lá, 85 % vivem da pesca e 15 % do turismo que está apenas começando.
Luz, de gerador só das 18 as 22:00 hs.
São cinco ou seis ilhas mas só a maior é habitada, é enorme e fica isolada do continente por 5 meses por ano pois o mar fica agitado demais.
Ano passado um tufão passou por aqui e um navio de mais de 100 metros de comprimento foi para na praia (por causa das ondas e vento) e deu um trabalhão enorme pra ser levado de volta ao mar.
Outro igual ficou batendo nas pedras e afundou, teve que ser cortado no maçarico pra ser levado em partes ao ferro-velho.
Agora estão construindo um pequeno “porto” para abrigar os barcos de pesca no mau tempo, eles estavam cansados de perder seus barcos e o governo resolveu ajudar.
Fornece o material, não a mão-de-obra.



Está quase pronto.



Ilha bonita mas bem rústica e bem simples, dá para passar uns dias (tem várias guesthouses baratinhas na vila).
Os mergulhos são meio fraquinhos (apesar de 2 ou 3 operadoras de Hoi An trazerem mergulhadores pra cá).
Na ilha principal onde fizemos um snorkel é bem ruim.
Não fui conferir mas dizem que em volta das outras ilhas menores (onde as operadoras vão) é melhor.
O ideal, para conhecer essa ilha, é fazer como nós, só dois dias e uma noite mesmo, já com tudo incluso (apesar de que US 50 é meio caro para os padrões daqui) e assim voce conhece a ilha e ajuda o pessoal a sobreviver.

Eh aquela coisa, voce vai se aproximando com a lancha e avista a ilha cheia de florestas, praias desertas, mar azul e acha que é um paraíso e fica imaginando como deve ser bom viver num lugar assim.
Mas segundo nosso guia (que hoje mora em Hoi An, mas nasceu e cresceu aqui), quase ninguém gosta, acham tedioso e praticamente não existem jovens (todos vão embora estudar e não voltam mais).
Eh um paraíso para quem ve com olhos de turista, mas normalmente a gente não ve tudo e nem sabe como é aos olhos de quem mora aqui e não tem a opção de ir embora.
Eu entendi bem.

A ilha vive da pesca e do turismo, com eu já disse, mas tem uma outra atividade economica importante aqui.
Coleta de ninhos de passarinho, tem uma quantidade enorme na ilha e são utilizados para fazer uma sopa com propriedades medicinais e alguns dizem que também afrodisíacas (?).
O passarinho é o Salangane, os ninhos que parecem ser de um tipo de seda, são feitos da saliva deles, normalmente duas vezes por ano e tem entre 5 e 8 cm de diametro (pena que não tenho foto, não vi nenhum).
E isso vale muita grana e nenhum dos moradores encosta a mão, é tudo controlado pelo governo que coleta e vende.
E para o povo da ilha, nada.
Coisa de comunistas.



Existe essa bebida, que é feita dos ninhos. O gosto era bom, bem docinha, parecia que tinha calda de caramelo , mas tinham umas coisas sólidas, tipo uns pedacinhos de gelatina, vai ver que são os ninhos ??




No verso da lata tem essa foto, imagino que aquelas coisas brancas são os ninhos e os caras fazem uns tipos de uns andaimes de bambu pra coletar eles que ficam em cavernas, não em árvores.



Finalizando então, Hoi An considero imperdível mesmo.
O passeio que fiz a Da Nang e arredores (post anterior), também é bem legal.
E as Ilhas Cham, se tiver tempo de sobra, valem uns 2 ou 3 dias.

Mais fotos :



A simpatia do vietnamita. Desse pois a maioria é chata e vive de cara fechada.




Centro Histórico de Hoi An.




As meninas daqui usam esse uniforme na escola, super fashion e ...




... normalmente, gostam de ser fotografadas, sabem que são estilosas.




O centrinho, visto da ilha em frente.



Esse, muito esperto, adaptou uma vela no barco-cesta.




Essa senhora de 93 anos, moradora da Ilha Cham, faz manualmente essas redes de um tipo de palha. Demora em torno de 3 meses para fazer cada uma e vende por US 30 (se não me engano).



As vietnamitas com mais grana, costumam ser chiquérrimas (ao estilo delas). E sempre se protegendo ao máximo do sol. Quanto mais branca a pele, mais bonitas elas se sentem.




E sempre estão fazendo poses para fotos.



Agora uma sequencia dos tipos de maios e biquinis das vietnamitas, lembrando que a maioria não usa nem um nem outro, entram na água de roupa mesmo.




Ops, essa deixou a saia levantar. Tudo bem, embaixo era tudo igual.




Normalmente tem essa mini-saia.




Ousada a de trás, não ?




Essa, mais velha com um mini-vestido-maio.




Camisola ? Não, vestido-maio vietnamita !




Essa branquela já mais ousada combinou duas partes diferentes.




Essa, tinha estilo, magrinha, bonita e charmosa. Agora poderia diminuir só um pouquinho o tamanho do biquini, não ?



Feira de rua de Hoi An.




Típica vendedora de rua vietnamita. Chapéu de cone, cestas e pijama.




Olha como é o banheiro de alguns barcos.




De longe aquelas coisas na beira do rio pareciam painéis-solares. Mas eram massa de arroz secando no sol.




Mais uma do centrinho de Hoi An e o rio.



Próximo post Nha Trang.

Um comentário:

  1. Muito bacana o seu texto e tb as fotos. Estou indo para o Vietnam e Camboja em Outubro e vou aproveitar as suas dicas

    ResponderExcluir