Viemos novamente a KL e, afinal isso é bom porque quando se
volta a um lugar, já se olha com outros olhos, o impacto inicial de uma metrópole caótica já não impressiona tanto.
Na verdade dá até prá curtir um pouco, não que eu goste
daqui, mas também não detesto.
A multi-culturalidade de KL é interessante. São Paulo também
é multi-cultural, mas KL é muito mais. A grande maioria de malaios mulçumanos, bastante indiano e chines e, uma boa quantidade de
“gringos”, como nós.
Gostamos de observar as pessoas e as diferenças, passa o
tempo e é divertido.
Chinesas. |
Malaias, muçulmanas, mais "modernas". |
Indiana. |
Chinesa e, atras muçulmana malaia, "conservadora". |
Gringo. |
Existem muitos estilos diferentes, mas isso é só nas
aparencias, nas roupas e nos costumes pois no fim todo mundo é igual.
Afinal, todos buscam a felicidade, nem que seja só por uns
momentos. Isso, não sou eu que falo, é um conceito budista, todos os seres humanos no fim, buscam a felicidade, todo mundo e no mundo todo.
Sobre nós, os “gringos” ocidentais, posso estar errado mas,
a maioria que encontramos na Indonésia e Malásia (e me pareceu também em
Veneza) são alemães.
Claro que não posso ter certeza, mas tem uma
certa lógica pois a Alemanha parece passar ao largo da crise européia.
Na
Indonésia, tem bastante australiano e brasileiro também.
Ah, ia me
esquecendo, japoneses tem por todos os lugares, muitos, quase sempre em grupos, as mulheres sempre de chapéu, parecem que estão apressados, carregam belas cameras e são
educados e simpáticos.
Eu e a Cris somos uma minúscula representação do Brasil,
pelo menos aqui na Malásia. Muitas vezes perguntam nossa nacionalidade e
sempre, sempre mesmo que falamos: - Brasil. Vem o espanto, no bom sentido, com
um sorisso e repetem Brázil ?, acentuando
a primeira sílaba e, depois, quase sempre a segunda palavra : futebol.
Se respondessemos que éramos americanos,
italianos, australianos, etc., nem ligariam. Agora brasileiros, sempre se
animam !
Muitas vezes, quando perguntam de onde somos, antes de
responder eu pergunto: -De onde voce acha ?
E a resposta é sempre ou Itália ou
França, vai saber porque ?!
Sabem que até quando estamos só com “gringos”, ocidentais,
como por exemplo em um barco indo mergulhar, quando alguém pergunta de onde
somos (e eles também nunca acertam), e respondemos que somos
brasileiros, sentimos uma certa alegria em quem pergunta, o Brasil tem esse
significado interessante, eles devem achar que é o paraíso.
Não vou mentir, dizendo que não sinto uma certa pontinha de
orgulho, mas, infelizmente conheço bem a realidade brasileira e sei que estamos
bem longe disso.
Bom, que fique, pelo menos, a impressão.
Lembrei- me agora de um dia em Gili, na Indonésia, que eu
estava na piscina e um cara veio puxar conversa sobre mergulhos, etc.. Eu tava
com dificuldade de entender o ingles dele e perguntei de onde ele era. Ele
respondeu : -Inglaterra, mas assim, sem empolgação nenhuma, até meio como quem
acha que ser ingles não tem graça nenhuma (e em geral não tem mesmo).
Mas
quando me perguntou de onde eu era (tinha pensado que eu era italiano) e
respondi : - Brasileiro, pronto, ficou todo interessado e animado,
queria saber várias coisas. Perguntou se no Brasil tem lugar legal pra
mergulhar e eu disse que sim, temos Fernando de Noronha ( um dos mais tops do mundo) e
Abrolhos e outros poucos mais.
Bom, ele nunca tinha ouvido falar (e olha que o
cara mergulhou em várias partes do mundo), e continuou fazendo perguntas
todo empolgado.
Até aí eu tava no centro dos interesses, brasileiro, viajado,
contando sobre Noronha, tava tudo ótimo.
Até que uma certa hora falei que
um mergulho em Noronha custa US 100 (um dos mais caros do mundo) e a passagem
aérea prá lá custa um absurdo, a hospedagem também, etc..
Pronto
acabou todo o interesse!
Taí a realidade do Brasil, que comentei antes...
Voltando a KL, o transito é bem chato, mas tem um sistema de
transporte público muito bom.
Os governantes das metrópoles brasileiras
precisavam ver isso prá se inspirarem um pouco.
Tem metro, trem e mono-rail suspenso que cobrem toda a
cidade e se interligam em vários pontos.
Onibus, que só atrapalha o transito,
tem pouco.
O mono-rail suspenso, particularmente, acho bem legal, me
parece mais simples que um metrô. Resumidamente, são estruturas que ocupam
pouco espaço e elevam um trilho que vai passando por cima de tudo e entre
os prédios, sem precisar modificar toda a estrutura em baixo da terra e gastar
fortunas como em um metrô. Pelo menos eu acho.
Mono- rail. |
Rede de transportes de KL. |
Vagão só para mulheres ?! |
Ficamos em KL só uns dias, mas desta vez pegamos um hotel
(Replica Inn, US 36/noite) mais bem localizado, ao lado da rua Bukit Bintang,
no Golden Triangle, cheia de shoppings, restaurantes, gringos, malaios, indianos
e chineses e, feira de comidas toda noite na rua.
Viemos fazer uma conexão pra ir pro outro lado da Malásia
(costa oeste) e também resolver o problema na camera nova, tirar o visto para o
próximo destino e resolver problema com cartão de saque.
A camera que deveria ir pra assistencia técnica verificar o
problema, etc e ter uma resposta em até duas semanas, foi trocada por uma nova
em minutos na loja onde compramos. Não sei se foi a “simpatia”pelo Brasil (que
eu comentei antes), que ajudou. Mas acho que a moça ficou mesmo é com pena de
mim.
O visto pro próximo destino (depois conto) que poderia ser
um embaço, no fim foi moleza.
Então aproveitamos e fomos passear um pouco.
Um dia fomos no Aquaria ( é assim mesmo que se escreve), é o
aquário de Kuala Lumpur, claro. É bem modernoso e tal, mas é só mais um
aquário.
A parte interessante é um túnel bem longo por baixo de um
tanque gigante, dá prá tirar altas fotos.
Túnel de 90 mts de comprimento. |
Esse era enorme. |
Raia, ou Arraia ? |
Mais um. |
E fomos também nas Batu Caves, um templo hindu super
turístico que fica próximo a KL (acesso ótimo por trem) mas que, sinceramente,
não empolga.
Subir a escadaria pra entrar na “caverna” então, totalmente
dispensável.
Batu caves. |
Batu caves. |
272 degraus até a entrada da caverna. |
E dentro da caverna, mais escada. |
Também visitamos a Mesquita Nacional, a maior da região. É
bonita sim, mas nada comparada a templos budistas maravilhosos ou igrejas
católicas que já conhecemos viajando por outros lados.
Chegando na mesquita,
todo mundo descalço e eu tive que usar uma vestimenta apropriada, pois estava
de bermuda, a Cris, sendo mulher tem que usar a vestimenta de qualquer
jeito, e não pode esquecer do gorrinho.
Assim que entramos vieram dois caras se oferecendo pra serem
guias. De graça, fazem por voluntariado e por gosto como eles mesmo disseram.
São estudiosos do islamismo e gostam de ter contato com estrangeiros (tiram
várias fotos conosco).
Um deles repetia várias vezes que eu poderia fazer
qualquer pergunta que quizesse sobre o islamismo. Mostrou como rezam e porque.
Mostrou a árvore genealógica do islamismo, desde Adão e Eva, etc..
Perguntou sobre minha religião e eu disse que não ligo muito
prá isso, etc..
Daí me perguntou o que eu acho do islamismo e eu disse que acho
legal, mas não conheço muito a respeito e tal...
No fim da visita, pediu
pra eu anotar o e-mail dele e pensasse no assunto e se um dia quizesse me
converter ao islamismo, que o procurasse que ele me ajudaria.
Quer saber, provavelmente eu nunca vou me converter ao
islamismo. Mas gosto muito de ter contato com pessoas de visões tão diferentes
da nossa, e, principalmente de conhecer pessoas que não tem nenhum outro interesse a não ser o de querer ajudar aos outros. Isso sim faz valer a pena
viajar tanto.
Mesquita nacional. |
Dentro da mesquita. Nem em todo lugar temos permissão de entrar. |
Nossos guias. |
Mais umas fotos :
Churrasco da Mongólia ? Que tipo de carne teria ? |
Rodoviária numa região da Malásia onde as pessoas são mais conservadoras. De estrangeiros só tinhamos nós dois... |
...pessoas mais conservadoras e a engraçadinha aí da foto, de camiseta. com ombros pra fora e decote... |
...foi só eu me afastar um pouco e já foi um conferir ! |
Comida chinesa. Mas olhem a marca da cerva... Skol asiática, essa eu não conhecia. |
Muçulmanos entrando no mar. |
Segundo nosso guia na Mesquita, as meninas passam a usar a burca ou o véu após a primeira menstruação. |
Devoção, rituais, seguidores, homens sagrados. Essa foto num templo Hindu. |
Lanternas chinesas com Petronas ao fundo. |
Petronas a noite... |
...são ainda mais bonitas. |
Próximo post Pulau Pangkor.
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