sexta-feira, 28 de março de 2014

VANG VIENG - LAOS



Viemos de Vientiane pra cá de van, US 7/ cada e umas 4 hs de viagem.

Ficamos na Domon Guesthouse, US 13/ noite.
Bom, com ar condicionado, tv, quarto grande e uma varanda com vista para as montanhas. Agora estamos entrando na baixa temporada e esses preços são mais realistas para uma cidadezinha no Laos.







Vista da varanda.



Vang Vieng fica quase na metade do caminho entre Vientiane e Luang Prabang.
A vila foi descoberta por mochileiros na metade dos anos 90 porque além de ser uma parada de descanso na rota entre as duas principais cidades do Laos é também super legal e tem muitas atrações ao redor.

Aqui é uma região com muitas montanhas, vários picos para escalar e várias cavernas.












Trilhas para caminhar, andar de bicicleta, de moto, e de buggy.



Bike de primeira, US 2,50 por 12 hs.



Moto ruinzinha, US 3,50 por 12 hs.



Buggy, não sei quanto custava.



E a atração principal que é o belo Rio Nam Song onde voce passeia de barquinho a motor, caiaque ou faz tubing, que é a mesma coisa que o nosso bóia-cross.




Nessa foto tem barco a motor, caiaque e tubing.



Caiaque, chegando no ponto inicial da descida.



Tubing ou bóia-cross.



Esse tubing é a maior atração da vila e foi o que mais trouxe fama para Vang Vieng.
Todo mochileiro que viaja pela Asia já ouviu falar e quase todos que visitam o Laos querem vir aqui e fazer tubing no rio.

Voce pega a bóia numa das várias lojinhas da vila e paga US 7 pelo dia todo e no preço já está incluida uma ida de tuk-tuk até o início da flutuação, 4 km da vila.
Chegando voce põe a bóia no rio e vai descendo, até chegar de volta na vila, na época das chuvas demora 1 hora e na seca umas 3 horas.




Saída numa das lojinhas da vila.



Ponto inicial da descida o rio está logo alí.



Ponto final do tubing.



Mas todo mundo demora muito mais que 1 ou 3 horas pois na verdade a atração não é somente descer o rio, o divertido mesmo era parar nos vários bares na margem e ir enchendo a cara e fazendo festa em cada um deles (até ano passado tinham mais de 10), era muita bebedeira mesmo, som alto e todo mundo se divertindo.
Depois chegavam na cidade e a festa continuava nos bares até de madrugada, geralmente com vários ainda de calção e biquini.
Eh claro que a maioria curtia muito, mas sempre tem aqueles que exageram e depois de várias mortes de turistas (em 2012 foram mais de 20), a polícia, no ano passado, resolveu agir e fechou todos os bares do rio (eram ilegais, sem licença) e cortou o negócio de gente andando de calção e biquini e fazendo bagunça na vila até de madrugada (23:00 hs todo mundo tinha que ir pros hotéis). 
Antes disso chegaram a ter 400 pessoas por dia pelo rio, agora diminuiu muito, mas nós fomos descer o rio de bóia e vimos que aos poucos deve voltar o mesmo esquema (acho que a polícia não está mais por aqui), já tinham uns 3 ou 4 bares abertos e num deles tinha uma galera bebendo e fazendo festa, era no início da descida, então antes mesmo de ir para a água, todo mundo tomando todas ...




As bóias que esperem, todo mundo se "aquecendo".



Outro bar, tava escrito que era o último, mas tinham mais uns dois mais pra frente.



Difícil decisão mas eu acho que não adianta reprimir e proibir, quem quiser se matar que se mate, pois a maioria só curtia e se divertia mesmo e acho que apesar de ser um pouco de desrespeito com os moradores (são budistas, tradicionais) a maioria deles tava era gostando de encher os bolsos com a grana dos turistas.

A região aqui é bem bonita, tem um clima de montanha mas faz calor.
O rio é ótimo, além de bonito é limpo e refresca.




Rio Nam Song.



Beira-rio, pertinho do nosso hotel.



Na vila tem bastante barzinho bem bacana, quase todos com esteiras e colchões pelo chão.











Gostei bastante de Vang Vieng, me lembrava um pouco Visconde de Mauá no RJ/MG.

Só não gostei muito de uma mania que eles tem que eu nunca tinha visto.
Vários bares tem tvs que ficam ligadas o tempo todo e ficam passando aquele seriado Friends (eu acho muito chato), repetindo o dia todo. Vai entender, rsrsr.




Dá pra ver na tv, passando Friends ?



Mais fotos :




Blue Lagoon, a 7 km da vila.



Cris disputando corrida com um tuk-tuk.



Numa vilazinha, próxima a Vang Vieng. Esses panos são feitos alí mesmo por umas mulheres, em uns teares manuais.



Tuk-tuk, quando não está trabalhando vira puleiro de galinhas.



Em Vang Vieng tem passeio de balão, por cima do rio. Deve ser legal mas custa US 78 por pessoa.







Onibus de viagem no Laos.



Fim de tarde na beira do rio.




Mais uma do estressante tubing no Rio Nam Song.



Próximo post Luang Prabang.

sexta-feira, 21 de março de 2014

VIENTIANE - LAOS



Pegamos um avião em Phnom Penh e em 1:20 hs e US 177,50/ cada, chegamos em Vientiane.

Tirar o visto na chegada foi moleza (US 35 por 30 dias).

Ficamos no New Lao Paris Hotel, US 23/ noite.
O hotel era bom, completo, mas o melhor mesmo é a localização, bem central e próxima do Rio Mekong, acredito que a melhor região da cidade.




New Lao Paris Hotel.



Vientiane, apesar de ser a capital e maior cidade do Laos é pequena e relativamente calma.
O Laos é um país até que grandinho (comparando com o Camboja) e só tem uns 6 milhões de habitantes.
Pouca gente pra bastante espaço, nenhuma metrópole.
Dos países do sudoeste da Ásia, aqui é o mais tranquilo para se visitar.
Existem poucas estradas boas e o transporte rodoviário é um pouco escasso.
Por avião também são poucas opções e meio caras.
Estradas de ferro nem sei se existem no Laos mas o Rio Mekong corta quase todo o país e barco é uma forma de transporte barata, porém extremamente lenta.
Vientiane fica na divisa com a Tailandia e mais ou menos no meio do país.
Para o sul existem algumas poucas atrações e, por conta das distancias nós decidimos não ir.
Então vamos ficar uns dias por aqui na capital e depois seguir de onibus rumo norte.

Assim como o Camboja, o Laos é pouco conhecido pela maioria das pessoas então vou contar um pouquinho de sua história (mais recente) que infelizmente (como no Camboja) não é muito agradável.

O Laos, assim como o Vietnã e Camboja, foi colonia francesa.
Mas os franceses quase não fizeram nada de bom ou útil por aqui.
Durante a Segunda Guerra Mundial o Japão invadiu o país e após o término da guerra, com a saída dos japoneses e o povo não querendo mais a influencia francesa, declararam sua independencia em 1953.
Depois de algum tempo de conflitos internos, foi criado um regime comunista, com suporte dos chineses, soviéticos e norte- vietnamitas. Hoje em dia, apesar de ainda manterem um regime político comunista tem uma relação comercial aberta com muitos países mas ainda mantém-se sub desenvolvido e um dos mais pobres do mundo.
Atualmente, vizinhos como China e Tailandia investem um pouco no Laos, principalmente nas estradas, visando facilitar e baratear o transporte de suas exportações.
O país segue num ritmo lento de desenvolvimento mas aos poucos tem crescido.

Voltando um pouco na história, para a época da Guerra do Vietnã, é aí que vem a parte triste. 

Apesar de todas as dificuldades do Laos, o país nunca entrou em uma guerra declarada e mesmo assim foi (per capita) o mais bombardeado do mundo.
Na época da Guerra do Vietnã, os americanos, alegando combater os vietnamitas do norte (que teoricamente estariam indo pro Laos), fizeram uma “guerra secreta” e, sem assumir, de 1964 a 1973 promoveram mais de 580 mil (!!!) missões de bombardeio no território do Laos, despejaram 2 milhões de toneladas de bombas.

Tudo muito parecido com o que esses mesmos americanos fizeram na mesma época com o Camboja.

Nós estivemos aqui em Vientiane visitando o COPE, um centro de reabilitação (www.copelaos.org) que cuida de mutilados e acidentados.







Alí voce ve fotos, videos e num tipo de museu entende um pouco sobre essas bombas e suas consequencias.




Simulação de uma bomba, depois de lançada, abrindo e despejando várias bombas menores, cada uma tem o tamanho de uma bola de tenis.




Daí tira suas conclusões sobre os poderosos americanos e seus super aviões B-52 que deram ao Laos o título de país, per capita, mais bombardeado do mundo.

Eh de se chorar de tristeza e raiva.

Foram mais de 260 milhões de bombas lançadas e, para piorar, perto de 30 % não explodiram quando cairam e se tornaram “objetos militares não detonados” (UXOs) que em grande parte ainda estão espalhados pelo solo em boa parte do país.
Naquela época as bombas ainda não eram tão tecnológicas e eficazes e falhavam muito.
E isso, dentre outras coisas faz com que grande parte do país não possa ser aproveitada, por exemplo, pela agricultura. 

Um grupo ingles (MAG) começou em 1994 a retirar as bombas não detonadas (UXOs)  e mais recentemente também outro grupo do Laos, administrado pela UN (União das Nações) está trabalhando para isso, mas até hoje só retiraram uma pequena parte e no ritmo atual estima-se que levará mais de 100 anos para o país ser considerado seguro.

Durante aqueles nove anos os EUA lançou mais bombas no Laos do que todas as lançadas na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial.

As bombas, na época em que foram lançadas, foram responsáveis por um grande número de mortes (nem sei quantas), mas só os UXOs (não detonadas), desde essa época já foram responsáveis por mais de 50 mil mortes e mutilações.

Nas regiões mais afetadas, hoje em dia, esses objetos militares fazem parte da vida do povo. Muitos destroços e peças de guerra foram adaptados e são utilizados no dia a dia, com várias funções.




Fotografei uma foto de uma casa real, que utiliza aqueles "invólucros" das bombas como estacas de sustentação.



O pobre povo nunca soube direito como agir e muitos não entendem o poder desses objetos que eram (e são) achados pelo solo.
Crianças e muitos adultos também, compram uns detectores de metais baratinhos do Vietnã (US 14,00) e ficam “caçando” bombas para venderem, pelo valor do metal.
Acham que vale a pena correr o risco pois são pobres demais.
Eles não tem culpa.
Mas quem serão os idiotas que compram bombas ??

Eu, particularmente, não entendo porque, os americanos tendo bombardeado isso aqui e agora vendo a grande besteira que fizeram, ao menos não assumem.
E venham retirar todos esses explosivos, custe o que custar !!!
Gastaram com os bombardeios 2,2 milhões de dólares por dia (!!!) e agora devem muito mais do que isso.
PRECISAM SE DESCULPAR COM PALAVRAS E ATOS !!

E nós turistas é claro que também não podemos andar livremente pelo país.
Em muitos locais voce não pode de jeito nenhum sair de trilhas conhecidas.
O risco é enorme.

Se voces querem entender melhor isso tudo vejam o documentário “The Most Secret Place in the Earth”, disponível no You Tube.
E preparem-se para ficar morrendo de raiva dos americanos.

Voltando a nossa viagem, gostei de Vientiane e a princípio do povo daqui, parecem-me legais.



A simpatia dos dois, mostrando como se come uma fruta esquisita que a Cris achou alí debaixo de uma árvore.



A cidade não tem grandes atrativos mas dá para ficar por alguns dias, tem uns restaurantes e bares bons, com preços razoáveis.



Música ao vivo e mesas a céu aberto, toda noite, na praça Fountaine.





Um dos bares mais famosos, com vista para o Rio Mekong.



Uma feirinha toda noite, perto da beira do rio Mekong.







Num dia fomos visitar uns templos e um monumento.















Outro dia alugamos umas bikes (US 2) e fomos no COPE (centro de reabilitação), mais uns templos e demos uma volta pela beira do rio.



















Uma das noites fomos conferir como os laonianos de classe média se divertem e curtem um boliche animado e com som alto.



Strike.




Mais fotos :



Tuk-tuk do Laos, bem diferente do tailandes e do cambojano.



Essas cestinhas de palha são para fazer comida.



Buda gigante.



E esse barrigudo.



Nós estávamos entrando nesse templo e veio esse monge perguntando de onde éramos. Então se apresentou, disse que era tailandes e tinha vindo conhecer o Laos e daqui iria pra Ìndia. Pediu para tirar uma foto conosco e eu também aproveitei e pedi para tirarem com nossa camera. Então ele tirou uma garrafinha de água da bolsa e me deu de presente (essa na minha mão). Nos disse para anotar o e-mail dele e enviar a foto. Se despediu dizendo que tinha esperança de um dia nos encontrar novamente. Gostei dele, todo mundo se despede sempre falando valeu, boa viagem, etc. A despedida dele foi diferente. Ah, e a água foi um ótimo presente no calor absurdo que estava fazendo.



Mais um templo diferente, super colorido. E reparem no canto inferior direito ...



... a folga do cachorro. Quase sempre, nos templos tem vários cachorros e gatos.




Porsche Cayenne S Hybrid. Meio de transporte de um laotiano rico ...



... e esse meio de transporte e de subsistencia de um laoniano comum. (O certo é laotiano ou laoniano ?)



Considerada por muitos a melhor cerveja do sudoeste da Asia.



Lua em Vientiane (zoom de 80x).



Próximo post Vang Vieng.