Vou escrever
sobre algumas coisas interessantes, além daquelas já descritas nos outros posts
sobre o Mianmar :
- Nós,
brasileiros, costumamos fazer 3 refeições por dia, tem outros povos como os
ingleses que fazem 4, contando com o chá da tarde deles.
Agora os birmaneses
costumam comer 5 a 6 vezes por dia e geralmente a mesma coisa em todas as
refeições, quase sempre tem arroz e macarrão com outras misturas.
Além disso a
grande maioria se alimenta nas tendas de rua, acredito que além de ser
tradicional, deva sair mais barato que cozinhar em casa.
Ah e é raro encontrar
alguém gordinho aqui, aliás a maioria parece um palito.
- O número
de funcionários, em todo lugar que voces imaginem, sem excessão, sempre é muito
maior que o necessário, a quantidade de gente trabalhando nos hotéis,
restaurantes, etc. é mais do que o dobro do necessário.
Por exemplo : - Num
café pequeno (tipo nossos quiosques de Café do Ponto), onde 2 empregados seriam
suficientes, aqui terão 5.
Acredito que tem pouco emprego então eles prefiram
ganhar menos cada um, porém mais pessoas possam ter trabalho.
Outro exemplo : - Num dos últimos hotéis que ficamos, que era pequeno (uns 25/30 quartos), tinha um funcionário, só para abrir a porta da recepção, ele ficava ali o dia todo só para isso. Tinha um só para ajudar com as malas. E no atendimento da recepção sempre duas ou tres mulheres. No café da manhã, umas 4 ou 5.
Num restaurante/bar que fomos, tinham dois funcionários só para pegar sua bicicleta ou moto e parar a 5 metros da porta. Se tivessem 50 ou 100 clientes, ainda vá lá, mas não tinham mais de 20 ou 30, e ainda varios estavam era de carro. O número de garçons era inacreditável.
- Existe uma
certa “cordialidade” entre eles que não estamos acostumados a ver.
É muito
comum homens, meninos e as mulheres e meninas também, claro, andarem pelas ruas
abraçados, as vezes de mãos dadas, com a maior naturalidade, me parece que as amizades são mais fortes,
talvez ?
Vi algumas vezes, quando vão dar um cochilo, por exemplo, um deita no
ombro do outro.
- Por causa
do governo militar (ditadura mesmo), existe visivelmente um certo controle das
coisas.
Turistas, por exemplo, não podem viajar livremente onde queiram.
Algumas regiões são proibidas.
E algumas cidades só são permitidas se voce for
de avião, pelas estradas não.
Em alguns lugares existem controles de
passaporte, porém sempre fomos muito bem tratados, metidos, eles não são.
Numa parada, chegando em Inle Lake, perguntei
ao militar se eu poderia me hospedar numa outra cidade próxima dalí, que não
era a habitual.
Ele respondeu claramente : - Não, lá voce não pode.
Nós turistas
somos bem tratados, mas por rumores que ouvi com o povo não é bem assim.
Até
tem uma coisa que eu ouvi (que considerei como uma piada, não acredito que seja
verdade) sobre quase não haver motos em Yangon, no resto do país tem milhares
ou milhões (na Ásia é o meio de transporte número 1).
Disseram que um oficial
do exército estava em seu carrão particular e veio uma moto e bateu nele.
O
homem se irritou tanto que proibiu as motos em Yangon ?!?!
- Regrinhas
básicas budistas, levadas a sério :
- Sempre tirar os sapatos antes de entrar
em templos e arredores (por mais que o chão quase sempre esteja imundo).
- Nunca encostar na cabeça de ninguém.
- Nunca virar a sola do pé para uma imagem
de Buda (aconteceu comigo e fui educadamente advertido).
- E outras mais, que não me lembro agora.
- Não falei
em nenhum post sobre o Rio Ayeyarwady, mas ele tem uma importancia enorme na
vida de grande parte do Mianmar por onde ele corre.
É navegável em quase toda
sua extensão e inclusive vários trajetos são turísticos.
Eu adoro barco, etc.,
então estava nos nossos planos iniciais navegar por dois dias de Bhamo a
Mandalay. Bhamo fica no norte, perto da fronteira com a China, numa região que
como em algumas outras as vezes existem conflitos.
Dias antes de virmos
houveram vários atentados a bomba (de pequena repercussão) em várias cidades do
Mianmar (Bhamo foi uma delas).
Aparentemente são grupos pequenos insatisfeitos
com o governo, blábláblá (nem quero falar muito sobre isso, é vergonhoso, não
?).
Bom, mas de qualquer jeito esse não foi o motivo maior de não irmos (só uma
fonte consultada (entre 3) me recomendou não ir).
Na verdade, a distancia,
preço de passagem e dificuldade de conseguir melhores informações é que nos
fizeram desistir (mas na próxima vez eu vou !).
- Sobre os
turistas que cruzamos em todos os lugares, posso afirmar que a grande maioria é
de gente com mais idade, digo de 60, pra mais.
Acredito que sejam pessoas que
já viajaram bastante e estão procurando lugares novos.
Pois qual turista viria
ao Mianmar (se vier viajar pelo sudoeste da Ásia), e não para a Tailandia,
Indonésia, etc. ?
E sobre as nacionalidades, aqui nos pareceu que a maioria é
de franceses e não alemães, como em todos os outros lugares, porque ? não sei.
- Falando
sobre idades, os birmaneses, enquanto jovens, sempre parecem muito mais novos
do que realmente são.
Meninos (as) de 20 parecem ter 13 anos.
Agora, uma pessoa
de 55 anos aqui, já está num bagaço e eles consideram muito velha.
Eles morrem
muito cedo.
Por exemplo : - A Piu Piu, nossa guia lá no Inle Lake, parecia ter
20 anos e me disse que tinha 35.
E o pai dela, que nós conhecemos, tinha 56
anos e parecia fácil uns 80.
- Vou repetir
uma coisa que já disse em algum lugar : - Se alguém tem intenção de vir pra cá
que venha logo, as mudanças que tem acontecido nos últimos 2 ou 3 anos (além de
encarecerem tudo) estão estragando o que o Mianmar tem de melhor. Suas
tradições e seu povo.
Esse país que eu conheci agora me surpreendeu muito
(imaginem antes então) e, olha que eu conheço muitos.
É tão verdade que se eu
conseguir, pretendo num futuro bem próximo vir morar por pelo menos 6 meses aqui.
As pessoas daqui (claro que não todas) tem algo muito raro. Decencia, respeito
e são alegres, muito alegres. Se conseguimos um contato um pouco maior é fácil
de se perceber isso.
Diria que eles são inocentes.
E além de tudo é um país
super seguro.
É bem
verdade que ficamos somente 20 dias e que somos turistas e que a regra é tratar
bem os turistas, mas aqui tem algo mais, eu sei disso !
Agora vou
falar sobre os gastos, primeiro porque mata a curiosidade de muita gente e
depois porque se por acaso alguém tem intenção de vir pra esses lados terá
números bem atualizados.
Indonésia :
US 2.510 (30 dias)
Malásia : US
3.114 (34 dias)
Mianmar : US
2.110 (21 dias), se fossem 30 dias,o valor proporcional seria US 3.014.
Esses
valores foram para duas pessoas, com tudo, exatos, inclusive algumas roupinhas
da Cris (baratinhas) e até alguma esmola que tenhamos dado, etc., cada centavo
gasto mesmo.
O que não está incluso é o valor das duas passagens até chegarmos
na Ásia (até porque foi um esquema de milhagem).
Se for para
uma pessoa, no mesmo padrão nosso ( que eu considero bom), os valores seriam 40
% menores, pois tudo seria metade, menos as hospedagens, pois para um é mais da
metade do que para dois.
E se alguém
quiser economizar, é fácil chegar a valores bem menores, pois pode sempre comer
nas tendas na rua, viajar só de onibus, ficar em quartos compartilhados, sem
banheiro nos hotéis bem caídos e assim, uma pessoa pode vir tranquilamente
com a média de US 1.000 por mês em qualquer um dos 3 países, com certeza.
Resumindo :
- Nossa média mensal nos 3 países US 2.757.
- Para uma pessoa US 1.654
(no mesmo padrão nosso).
- Para um, super economico
US 1.000.
Bom, pra esse post não ficar muito chato, cheio de papo furado e números, vou acrescentar umas fotos :
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Existem muitas posições do Buda.
A mais tradicional é aquela daqueles ali atrás.
Mas a que eu acho mais legal mesmo, sem dúvida
é a desse da frente.
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Sol em Bagan ...
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... lua em Bagan ...
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... lago Inle, é tudo bem bonito, mas, de tudo,
o que eu mais gosto é que ...
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... mesmo sem eu não ter a mínima
idéia de quem é esse homem ali, trabalhando ...
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... ou essa mulher no barco e aquele na bicicleta.
Eu tenho certeza, quase absoluta, que eles
são pessoas decentes e legais !
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Gosto, também, do tipo de educação que
esses caras da foto recebem.
Das que conheço, é a mais coerente.
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E, gosto de ver o orgulho dessa gente pobre,
(pra pagar essa roupinha, a mãe deve ter trabalhado muito).
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A Cris também adorou isso tudo.
E, essa mulher da foto, que já é alegre normalmente,
ficou assim, só porque eu pedi pra tirar uma foto dela.
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Tá tudo muito lindo, não ?
É, mas a comida nós não gostamos, nem um pouco.
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Próximo post
Bangkok, Tailandia.