sexta-feira, 29 de novembro de 2013

BANGKOK - TAILANDIA

Pegamos um voo de apenas 2 horas de Mandalay, no Mianmar para cá, US 100/ cada.

Confesso que não me animo muito quando vou para alguma cidade grande (fora algumas poucas exceções).

Chegar numa metrópole como Bangkok não é agradável.
Mas é a principal porta de entrada da Tailandia e faz parte da viagem.
Na verdade tem seus atrativos.
É só pesquisar antes e tentar aproveitar.

Já estivemos aqui em 2007 então, se por um lado torna a estadia mais fácil (sabemos onde ficar, etc.) por outro é inevitável uma comparação.
E, claro que como era esperado piorou bastante em todos os sentidos. 
Aumentaram os preços, o número de turistas, o número de barraquinhas de camisetas e bugigangas e, infelizmente a simpatia dos tailandeses praticamente sumiu.
É, pra mim, Bangkok não é mais aquela.

Porém duas coisas precisam ser levadas em conta, a primeira é que estamos na alta temporada (novembro a fevereiro), então, quem sabe em outra época seja um pouco melhor. E a outra é que quando é a segunda vez em algum lugar, perde-se o efeito de se surpreender com quase tudo.

Nos hospedamos bem próximo à Khao San Road, no Rambuttri Village Inn (US 30/ noite), o hotel é bem grande e movimentado, sem charme, mas bom, tem até uma bem vinda piscina.




O hotel é bom mas sem graça.
Então ponho a foto só da placa.


A Khao San Road, destino de quase todo mochileiro que vem a Bangkok teve no passado uma história legal. 
No começo de tudo (acho que nos anos 80), era um local com um “clima” bem legal, liberal e onde todas as nacionalidades se encontravam, sem preconceitos ou diferenças.
Depois, com o filme A Praia (com Leonardo de Caprio), no ano 2000, a região ganhou nova fama e foi se popularizando cada vez mais.
Em 2007 quando conhecemos ainda era interessante.
Agora... pensando bem.
Prá não falar mal.
Não vou falar nada.

Um dia fomos no Floating Market, famoso mercado flutuante turístico a 1:30 hs daqui.
Se acreditam em mim, fujam dessa !



Sim, até é interessante.
Mas a quantidade de turistas e de barraquinhas
de tranqueiras em volta, faz não valer a pena as 3 horas
de van para vir e voltar.



Fomos também no Shopping Paragon, aí sim, quem gosta vai se divertir, tem ótimos shoppings em Bangkok.




Eu não ligo muito pra shoppings mas...



... no Paragon eu achei divertimento !


Gostamos também do Templo do Buda Deitado (Wat Pho) e do belíssimo Gran Palace, este sem dúvida vale a visita, dá para passar horas admirando os detalhes.
E se souber um pouco das histórias, melhor ainda.




Buda deitado, 45 m de comprimento
e 15 de altura.



Gran Palace.



Gran Palace.


Se alguém pretende vir à Tailandia, venha a Bangkok.
Sem dúvida tem várias coisas interessantes pra se fazer e conhecer e, cada um tem que formar sua própria opinião.
Mas a dica é : - Disponibilize poucos dias, 2 ou no máximo 3 e se informe bem para escolher o que fazer e visitar, só para não se arrepender depois.

Mais fotos :





Degustação de frutas.



Pad thai, gostoso macarrão com legumes.
Nas barraquinhas de rua, US 1 cada prato.


 .

O venerado Rei da Tailandia.
Todo tailandes gosta dele.



Gran Palace.



Gran Palace.



Gran Palace.



Ainda no Gran Palace, dentro desse templo está
a famosa imagem do Emerald Buddha.
O Buda de Esmeralda, que apesar do nome é feito
de jade. (É proibido fotografá- lo).


Próximo post Chiang Mai.

domingo, 24 de novembro de 2013

MIANMAR - CONCLUSÕES

Vou escrever sobre algumas coisas interessantes, além daquelas já descritas nos outros posts sobre o Mianmar :

- Nós, brasileiros, costumamos fazer 3 refeições por dia, tem outros povos como os ingleses que fazem 4, contando com o chá da tarde deles. 
Agora os birmaneses costumam comer 5 a 6 vezes por dia e geralmente a mesma coisa em todas as refeições, quase sempre tem arroz e macarrão com outras misturas.
Além disso a grande maioria se alimenta nas tendas de rua, acredito que além de ser tradicional, deva sair mais barato que cozinhar em casa.
Ah e é raro encontrar alguém gordinho aqui, aliás a maioria parece um palito.

- O número de funcionários, em todo lugar que voces imaginem, sem excessão, sempre é muito maior que o necessário, a quantidade de gente trabalhando nos hotéis, restaurantes, etc. é mais do que o dobro do necessário.
Por exemplo : - Num café pequeno (tipo nossos quiosques de Café do Ponto), onde 2 empregados seriam suficientes, aqui terão 5.
Acredito que tem pouco emprego então eles prefiram ganhar menos cada um, porém mais pessoas possam ter trabalho. 
Outro exemplo : - Num dos últimos hotéis que ficamos, que era pequeno (uns 25/30 quartos), tinha um funcionário, só para abrir a porta da recepção, ele ficava ali o dia todo só para isso. Tinha um só para ajudar com as malas. E no atendimento da recepção sempre duas ou tres mulheres. No café da manhã, umas 4 ou 5.
Num restaurante/bar que fomos, tinham dois funcionários só para pegar sua bicicleta ou moto e parar a 5 metros da porta. Se tivessem 50 ou 100 clientes, ainda vá lá, mas não tinham mais de 20 ou 30, e ainda varios estavam era de carro. O número de garçons era inacreditável.

- Existe uma certa “cordialidade” entre eles que não estamos acostumados a ver.
É muito comum homens, meninos e as mulheres e meninas também, claro, andarem pelas ruas abraçados, as vezes de mãos dadas, com a maior naturalidade,  me parece que as amizades são mais fortes, talvez ?
Vi algumas vezes, quando vão dar um cochilo, por exemplo, um deita no ombro do outro.

- Por causa do governo militar (ditadura mesmo), existe visivelmente um certo controle das coisas. 
Turistas, por exemplo, não podem viajar livremente onde queiram.
Algumas regiões são proibidas.
E algumas cidades só são permitidas se voce for de avião, pelas estradas não.
Em alguns lugares existem controles de passaporte, porém sempre fomos muito bem tratados, metidos, eles não são.
Numa parada, chegando em Inle Lake, perguntei ao militar se eu poderia me hospedar numa outra cidade próxima dalí, que não era a habitual.
Ele respondeu claramente : - Não, lá voce não pode.
Nós turistas somos bem tratados, mas por rumores que ouvi com o povo não é bem assim.
Até tem uma coisa que eu ouvi (que considerei como uma piada, não acredito que seja verdade) sobre quase não haver motos em Yangon, no resto do país tem milhares ou milhões (na Ásia é o meio de transporte número 1).
Disseram que um oficial do exército estava em seu carrão particular e veio uma moto e bateu nele.
O homem se irritou tanto que proibiu as motos em Yangon ?!?!

- Regrinhas básicas budistas, levadas a sério :
- Sempre tirar os sapatos antes de entrar em templos e arredores (por mais que o chão quase sempre esteja imundo).
- Nunca encostar na cabeça de ninguém.
- Nunca virar a sola do pé para uma imagem de Buda (aconteceu comigo e fui educadamente advertido).
- E outras mais, que não me lembro agora.

- Não falei em nenhum post sobre o Rio Ayeyarwady, mas ele tem uma importancia enorme na vida de grande parte do Mianmar por onde ele corre.
É navegável em quase toda sua extensão e inclusive vários trajetos são turísticos.
Eu adoro barco, etc., então estava nos nossos planos iniciais navegar por dois dias de Bhamo a Mandalay. Bhamo fica no norte, perto da fronteira com a China, numa região que como em algumas outras as vezes existem conflitos.
Dias antes de virmos houveram vários atentados a bomba (de pequena repercussão) em várias cidades do Mianmar (Bhamo foi uma delas).
Aparentemente são grupos pequenos insatisfeitos com o governo, blábláblá (nem quero falar muito sobre isso, é vergonhoso, não ?).
Bom, mas de qualquer jeito esse não foi o motivo maior de não irmos (só uma fonte consultada (entre 3) me recomendou não ir).
Na verdade, a distancia, preço de passagem e dificuldade de conseguir melhores informações é que nos fizeram desistir (mas na próxima vez eu vou !).

- Sobre os turistas que cruzamos em todos os lugares, posso afirmar que a grande maioria é de gente com mais idade, digo de 60, pra mais.
Acredito que sejam pessoas que já viajaram bastante e estão procurando lugares novos.
Pois qual turista viria ao Mianmar (se vier viajar pelo sudoeste da Ásia), e não para a Tailandia, Indonésia, etc. ?
E sobre as nacionalidades, aqui nos pareceu que a maioria é de franceses e não alemães, como em todos os outros lugares, porque ? não sei.

- Falando sobre idades, os birmaneses, enquanto jovens, sempre parecem muito mais novos do que realmente são.
Meninos (as) de 20 parecem ter 13 anos.
Agora, uma pessoa de 55 anos aqui, já está num bagaço e eles consideram muito velha.
Eles morrem muito cedo.
Por exemplo : - A Piu Piu, nossa guia lá no Inle Lake, parecia ter 20 anos e me disse que tinha 35.
E o pai dela, que nós conhecemos, tinha 56 anos e parecia fácil uns 80.

- Vou repetir uma coisa que já disse em algum lugar : - Se alguém tem intenção de vir pra cá que venha logo, as mudanças que tem acontecido nos últimos 2 ou 3 anos (além de encarecerem tudo) estão estragando o que o Mianmar tem de melhor. Suas tradições e seu povo.
Esse país que eu conheci agora me surpreendeu muito (imaginem antes então) e, olha que eu conheço muitos.
É tão verdade que se eu conseguir, pretendo num futuro bem próximo vir morar por pelo menos 6 meses aqui.
As pessoas daqui (claro que não todas) tem algo muito raro. Decencia, respeito e são alegres, muito alegres. Se conseguimos um contato um pouco maior é fácil de se perceber isso.
Diria que eles são inocentes.
E além de tudo é um país super seguro.

É bem verdade que ficamos somente 20 dias e que somos turistas e que a regra é tratar bem os turistas, mas aqui tem algo mais, eu sei disso !

Agora vou falar sobre os gastos, primeiro porque mata a curiosidade de muita gente e depois porque se por acaso alguém tem intenção de vir pra esses lados terá números bem atualizados.

Indonésia : US 2.510 (30 dias)
Malásia : US 3.114 (34 dias)
Mianmar : US 2.110 (21 dias), se fossem 30 dias,o valor proporcional seria US 3.014.

Esses valores foram para duas pessoas, com tudo, exatos, inclusive algumas roupinhas da Cris (baratinhas) e até alguma esmola que tenhamos dado, etc., cada centavo gasto mesmo.
O que não está incluso é o valor das duas passagens até chegarmos na Ásia (até porque foi um esquema de milhagem).

Se for para uma pessoa, no mesmo padrão nosso ( que eu considero bom), os valores seriam 40 % menores, pois tudo seria metade, menos as hospedagens, pois para um é mais da metade do que para dois.

E se alguém quiser economizar, é fácil chegar a valores bem menores, pois pode sempre comer nas tendas na rua, viajar só de onibus, ficar em quartos compartilhados, sem banheiro nos hotéis bem caídos e assim, uma pessoa pode vir tranquilamente com a média de US 1.000 por mês em qualquer um dos 3 países, com certeza.

Resumindo : - Nossa média mensal nos 3 países US 2.757.
                     - Para uma pessoa US 1.654 (no mesmo padrão nosso).
                     - Para um, super economico US 1.000.

Bom, pra esse post não ficar muito chato, cheio de papo furado e números, vou acrescentar umas fotos :




Existem muitas posições do Buda.
A mais tradicional é aquela daqueles ali atrás.
Mas a que eu acho mais legal mesmo, sem dúvida
é a desse da frente.



Sol em Bagan ...



... lua em Bagan ...



... lago Inle, é tudo bem bonito, mas, de tudo,
 o que eu mais gosto é que ...




... mesmo sem eu não ter a mínima
idéia de quem é esse homem ali, trabalhando ...



... ou essa mulher no barco e aquele na bicicleta.
Eu tenho certeza, quase absoluta, que eles
são pessoas decentes e  legais !



Gosto, também, do tipo de educação que
esses caras da foto recebem.
Das que conheço, é a mais coerente.



E, gosto de ver o orgulho dessa gente pobre,
(pra pagar essa roupinha, a mãe deve ter trabalhado muito).



A Cris também adorou isso tudo.
E, essa mulher da foto, que já é alegre normalmente,
ficou assim, só porque eu pedi pra tirar uma foto dela.



Tá tudo muito lindo, não ?
É, mas a comida nós não gostamos, nem um pouco.


Próximo post Bangkok, Tailandia.


sábado, 23 de novembro de 2013

PYIN U LWIN - MIANMAR

Viemos de Mandalay para cá com um “shared-taxi”, taxi compartilhado, é um taxi normal, mas leva até 4 passageiros e mais um monte de carga (encomendas), sai a US 5/ cada e demora 2,5 hs.

Onibus não tem (até tem mas poucos e passam próximo daqui), taxi normal cobram US 40 e a opção mais barata (que quase todos usam) é na carroceria de picapes, tudo amontoado, US 1,50.

Por indicação da guesthouse de Mandalay nos hospedamos no Royal Green Hotel, US 35/ noite. Sem dúvida o melhor hotel que ficamos até agora (pelo menos no Mianmar, nos outros países já nem me lembro de todos).
Novinho, afastado do centrinho da vila apenas o suficiente para ser super silencioso e com uma equipe nota 10.




Nosso hotel.


A cidadezinha de Pyin U Lwin (ou Pyin Oo Lwin) é ideal para um descanso, bem melhor do que esperávamos.
Fica nas montanhas e tem um clima meio de Visconde de Mauá (RJ e MG), claro que descontando todo o glamour da brasileira, aqui é pobre.

A temperatura é bem inferior à de Mandalay, um alívio.
De noite faz até frio, é a primeira vez, desde que chegamos na Ásia que preciso de um moleton.
Não tinha, claro, mas fui na feira de rua e paguei US 2 por um até que legal (made in China, segundo o vendedor, pois nem etiqueta tem).

A cidade é típicamente inglesa (da época da colonização) e, restam vários estabelecimentos e casonas da época.




Estilo britanico.



Outra.


No primeiro dia saímos a pé e fomos conhecer o centrinho, fomos no mercado (tipo mercado municipal), é um local que sempre que encontramos gostamos de passear, alí está a vida como ela é, sem frescuras para turistas.




O mercado.



Ocupa um quarteirão todo.


Depois cansamos de andar e alugamos duas bicicletas (US 2/ cada).
Acho que em outros países voce só acha esses modelos em museus. Não são muito eficazes, lógico, mas tem estilo !




As velharias.



De novo e, lá no fundo um templo hindu.


E então, até que enfim, achamos uma padaria, primeira vez no Mianmar, bem estilosa, antiga, num prédio da época da colonização.
Fui numa portinha ao lado ver onde os padeiros trabalhavam, e aí sim, senti aquele cheirinho de pão recém saído do forno e era um pãozinho frances (não identico ao nosso, mas muito parecido).
Eu adoro !
Quem não gosta ?
E no mesmo momento peguei um e levei pra dividir com a Cris que estava numa mesinha lá fora, ela nem acreditava, comemos sem nada mesmo, como é bom, nem sei há quanto tempo não comíamos um.
Depois, nos outros dias voltamos na padaria mais umas 3 vezes.




A padoca, estilosa.


A noite voltamos no centrinho pra procurar um lugar pra jantarmos, já eram umas 21:00 hs então só encontramos um lugarzinho aberto, até que era simpático e a gente tava com vontade era de tomar uma cervejinha (apesar do frio).
Sentamos e já pedi uma Myanmar (eta cerveja boa), nem olhei o cardápio.
A garçonete não entendia de jeito nenhum.
Tudo bem, olhei para as mesas dos lados (só tinham nativos), mas se tem uma garrafa ou latinha numa das mesas tá resolvido o problema, é só apontar o dedo e sorrir. Não tinha.
Só via garrafa térmica (para chá) e lata de refrigerante.
Aí uma mulher da mesa ao lado que sacou tudo (ela devia falar umas tres frases em ingles, mas era o que tínhamos) confirmou que não vendiam cerveja ali e nos deu uma força pra fazer o pedido (o cardápio era só na língua deles).
Eu comi um arroz com um tipo de ervilha e ovo e a Cris um tipo de um pão árabe com um molho de grão de bico.
Tava ruim, mas tudo bem, a conta saiu US 1,70, isso com um chá e uma “vitamina”  de banana, cheia de leite condensado inclusos.
Agora, vai ser azarado assim hem... num país de grande maioria budista fomos cair justo num bar de muçulmanos.

Pegamos as bikes e voltando pro hotel tinhamos que pegar uma estradinha que num pedaço de mais ou menos 1 km não tem luz nenhuma (a lua estava quase cheia, mas tinham muitas nuvens) então não enxergávamos quase nada, até comentamos : - Vamos bem devagar que tem uns buracos por aí e acabaremos caindo.
Eu ia na frente e de repente veio lá de trás uma motinho com um farol bem fraquinho, foi diminuindo a velocidade e ficou quase ao lado da Cris, mas sem ultrapassar.
Tentávamos ver quem era mas não dava, ele ia no nosso ritmo e não ultrapassava e o farol impedia de vermos quem era.
Continuamos a pedalar, falei uns “hello”, mas nada.
No começo não estavamos entendendo nada, o cara não respondia mas também não aparecia (não pensamos em nada perigoso, aqui não tem isso).
E, foi assim por um bom tempo até já perto do hotel umas luzinhas de umas casas iluminarem um pouco a estrada. Daí ele acelerou, chegou do meu lado e todo envergonhado fez um aceno leve com a mão e foi embora.
Claro que voces já entenderam né.
Eu também já tinha percebido que ele só queria iluminar o caminho pra gente.
Querem saber, a historinha é meio bobinha e nem tão interessante.
Mas, pelo menos eu, não sei onde mais alguém faria isso.

Chegamos no hotel e em vez de irmos pro quarto, sentamos na recepção e pedimos uma cerveja Myanmar. Só uma. Era só para brindarmos pelo nosso “amigo secreto”.

No outro dia pedalamos pela manhã e passamos a tarde sem fazer nada, afinal viemos para cá fugindo de uma cidade grande com a intenção de ficar sem fazer nada mesmo.
No dia seguinte, de novo.

E no último dia alugamos um moto (US 10), meio "baleada", claro, e fomos dar umas voltas maiores.
Fomos numa caverna a uns 30 km da vila, onde tem vários Budas e mini- templos dentro.
Estava bem cheia de gente, pois era sábado. A caverna em si não é muito legal, meio brega até, a parte legal é ficar observando o povo e seus costumes estranhos e, claro ficar brincando de ser "celebridade".




Na entrada da caverna tinham muitas estátuas...



... e dentro mais ainda.



É dura essa vida de ser famoso.



 Depois tendo rodado mais acabamos achando outros lugares bem legais (diferentemente da primeira noite), uns restaurantes e bares até que badalados, mas não no centrinho da vila, numas estradinhas em volta.

Também, nesses dias aproveitei a boa conexão da internet aqui (surpreendentemente) e preparei o post anterior, este e o próximo.
Então só desta vez sairão 3 posts quase juntos.
Sei que quem acompanha o blog fica sem saber quando acessar pra ver novidades.
Vou procurar atualizar uma vez por semana, mas não prometo pois dá um pouco de trabalho, ainda mais se a conexão não é boa.

Agora voltaremos a Mandalay onde pegaremos um voo pra Tailandia.

Infelizmente acabou a viagem pelo Mianmar, foram 20 dias muito bem vividos.

Como o Mianmar é um país quase desconhecido pela maioria das pessoas, vou publicar mais um post contando mais um pouco do que sei e observei por aqui.

Vamos embora e gostaríamos de ficar mais (na verdade eu gostaria de morar uns meses por aqui), mas temos um bom motivo para irmos.
Pela primeira vez, nas nossas viagens longas, dos últimos 10 anos, onde sempre somos só nós dois, agora vamos ter companhia e esperamos que seja por um bom tempo.
Minha irmã, a Sílvia, vai nos encontrar em Bangkok.
Bem vinda à estrada.
Já estou até vendo a gente sentado nos botecos da Khao San Road tomando umas Singhas e dando risada.

Mais fotos :





Purcell Tower.
Bem no centrinho da vila esse relógio que foi
um presente da Rainha Victoria, da Inglaterra.
Deve ter sido a consciencia pesada porque vieram se meter
a colonizar isso aqui...



Charretes, tem várias por aqui...



... são umas cópias das diligencias...



... do velho oeste americano, só que menores.



Por do sol, visto da sacada do quarto do hotel.



Royal Lake.
Em volta desse lago tem umas mansões, que nunca
esperavamos encontrar aqui no Mianmar.



Olha o tamanho do moleque de moto.



Mais uma das diligencias.



Se voce fosse em lugares que não tem turistas...



... em qual banheiro entraria ?
Esse alfabeto que parecem umas minhocas, não é
nem um pouco fácil, não.


Logo mais no outro post, que já está quase pronto, considerações finais do Mianmar (e também vou falar de custos).

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

MANDALAY - MIANMAR


Em Bagan pegamos um onibus (US 8/ cada) e em 5 hs chegamos em Mandalay.
Desta vez a viagem foi tranquila, o onibus era bom e as estradas melhores.

Mandalay é a segunda maior cidade do Mianmar, bagunçada, poluída e com transito, mas um tanto melhor que Yangon.

Ficamos no Royal Guesthouse (US 22/ noite), o hotel é apenas razoável (por esse preço, aqui, até que era bom), mas a localização é boa, bem no centro (downtown), perto do Mandalay Palace.

Esse palácio ocupa uma área enorme bem no centro da cidade, mais de 10 quarteirões.
A história dele é interessante, ele mesmo não.
Explico : - Em 1861 o palácio real ficava em Amarapura, uma cidade bem próxima daqui (depois falo sobre ela), porém, o penúltimo rei do Mianmar, Mindon Min, mandou “desmontar” tudo e transferir o palácio (imaginem o trabalho) para cá, em Mandalay.
Isso porque foi aconselhado por um astrólogo !
Daí chegaram os ingleses em 1885, “colonizaram” o Mianmar, acabando com a vida tranquila dos reis e, tomaram o palácio.
Depois durante a segunda guerra mundial o palácio acabou queimado e não sobrou nada.
Esse que existe hoje não é nada autentico, foi reconstruído com concreto e utilizando trabalho escravo.
Hoje é ocupado pelo exército e até existe uma pequena parte onde eles aceitam visitação.

Então vamos entender direito :
- O palácio que está aqui não tem nada do original ?
- Esse “moderno” foi construido com trabalho escravo ?
- Quem ocupa ele hoje em dia é o exército ?
- O mesmo exército que está “massacrando” o povo ?

Ponto final. Já dá para entender porque não visitamos.

Então em Mandalay ficamos somente dois dias, no primeiro fizemos uma boa caminhada a pé só observando a rotina da cidade.
Mas é cidade grande, não é interessante.

No outro dia alugamos uma moto (US 10), só tinha freio na roda traseira, o cambio as vezes emperrava e eu era obrigado a “gentilmente” meter o pé na alavanca para trocar de marcha e a suspensão estava horrível. Mas segundo a moça que alugou : - Essa tá boa pode pegar, se quiser, dá uma volta prá testar.
E eu : - Olha lá hem, eu vou meio longe, tenho que pegar um pouco de estrada, depois parece que tenho que subir uma serra, posso ir tranquilo ? Não vai quebrar ?
Ela : - Com certeza, acabei de mandar retificar o motor, tá zero.
E não é que foi mesmo! Sofreu um pouquinho na serra, na subida eu “esgoelava” ela e na descida segurava na marcha.
Nas retas não passava de 50 (eu acho, porque o velocimetro não tinha ponteiro).
No fim chegamos são e salvos.

Fomos primeiro para Amarapura (lembram onde era o palácio ?) visitar uma famosa ponte de madeira teca (de novo aquela mesma madeira nobre do mosteiro no Inle Lake, aquela que quem é da náutica conhece) de 1200 mts de comprimento e, 200 anos de idade.
É simples, rústica e linda.




Ponte, lá no fundo.



Sustentada por 1.060 estacas, que são
troncos de teca.
Começa em frente a um templo e acaba em uma vilazinha.



Na época da seca, como agora, os nativos
aproveitam as margens e ilhas que se formam
no lago para plantarem amendoim e arroz.



E também criam patos.



Se voce após atravessar para um dos
lados estiver cansado para voltar (o calor é forte),
tem a opção de voltar de barquinho.


Depois da ponte fomos visitar uns mosteiros.
Na verdade é um “bairro” todo de casas enormes onde moram monges.
Parece com um campus universitário, bem antigo, a maioria das construções ainda é de madeira.
Tem monge que não acaba mais.




Dentro do "campus de monges".



São várias ruas com essas moradias.


Um dado interessante. O Mianmar, como eu já comentei, é um país com grande maioria Budista, então é claro que tem muito monge e monja no país todo.
Mas é na região de Mandalay, incluíndo Amarapura e outras vilas próximas que estão 70 % de todos os monges do Mianmar.

Depois de Amarapura fomos à vila de Sagaing, bem próxima, onde subimos uma serra até um templo onde se tem uma bela vista da região.
Claro que cheia de templos, só ali, por volta de 500.
E, de novo, cheia de mosteiros.
Eu devo estar enganado, mas me pareceu que alí o número de monjas pode até ser maioria.




Começo da serrinha de Sagaing.



E lá de cima, vista de parte das 500 pagodas e do rio.


Quando fomos descer a serra, em vez de voltarmos pelo mesmo caminho fomos tentar um diferente.
De repente um monte de monges e algumas outras pessoas e um barulho alto, de uma reza ou algo parecido. Paramos pra ver o que era e logo chegou um e mandou encostar a moto e veio explicar.
Era o “velório” de um monge de 90 anos, muito querido por todos, etc.. 
Já foi dizendo que se quizessemos participar estávamos convidados e que se quizessemos tirar foto também, sem problemas.

Tá bom, vamos ficar, mas em velório eu não entro, não gosto (não era bem um velório como os nossos, era tipo uma reza, sei lá).
Ficamos esperando um pouco, meio afastados, até que saiu o corpo no carro fúnebre e um monte de picapes com centenas de monges (e até mais monjas), mais uns outros “civis” de carro e nós dois na motoca.

Fomos com o cortejo até a beira do rio, demorou mais de meia hora prá descer a serra e chegamos lá.
Na beira do rio eles fazem outra reza, queimam o corpo e jogam as cinzas na água.
Alí já juntou mais um monte de curiosos da vila então, centenas de pessoas e só os dois bisbilhoteiros gringos aqui.

Muitos nos olhavam sem parar mas era com sinal de aprovação, sei lá, parecia que estavam gostando.
Para eles a morte é bem aceita, não é motivo de felicidade claro, mas também não é de tristeza.

Antes do fogo começar fomos embora, também, tão “funesto” assim eu não quero ser.




Esperando sair o cortejo.
Olha a intrusa aí.



Já na beira do rio.


Decidimos que no dia seguinte iríamos embora de Mandalay para uma cidadezinha pequena passar uns dois dias só na tranquilidade.

Mas antes de irmos, resolvemos aproveitar que só iria devolver a moto lá pelas 8:00h e acordamos às 3:00hs da manhã para irmos no templo mais famoso de Mandalay, o Mahamuni Paya, dentro da cidade mesmo.
Nesse templo, todo dia às 4 da madruga é uma tradição os monges lavarem o rosto do Buda mais famoso de todo o Mianmar.




A cerimonia.



O Buda mais famoso de todo o Mianmar.


Tá, valeu.
A Cris queria muito ir.
Mas eu não vou de novo, rsrsrs.

Só mais 3 fotos :





Carregamentos de toras de madeira teca.



Mais uma da fotogenica ponte de teca de Amarapura.



As monjinhas.


Próximo post : - A agradável Pyin U Lwin.