segunda-feira, 18 de novembro de 2013

BAGAN - MIANMAR

Viemos de Nyaungshwe (Lago Inle) de onibus noturno, US 11/ cada e 9 hs de viagem.

Até dá pra dormir, mas pouco pois o onibus é velho (daqui 1 mês vão ter novos), o ar condicionado gelado e chacoalha muito.
As estradas são estreitas e em alguns trechos de penhascos muito perigosas pois não tem guard-rail e em algumas curvas não passam dois veículos grandes juntos.
O melhor é nem ficar olhando muito pra estrada, daí se voce chegar bem nem viu o risco que correu.

Na região de Bagan existem 3 lugares pra se hospedar, Old Bagan, New Bagan e Nyaung U, onde ficamos porque tem as opções mais baratas e a rodoviária fica perto.
Hotéis bons (para os padrões Mianmar) ficam em Old Bagan.

Ficamos no Grand Empire Hotel, US 35/ diária, o nome é bacana, o hotel não.

Comida por aqui, voce até acha uma ou outra coisinha média (falo da comida birmanesa) mas em geral não é muito boa e quase sempre gordurosa. Então, na maioria das vezes, escolhemos as “western food”, como eles dizem.
Resumindo : - Comida no Mianmar. Aproveite pra fazer um regime.

Vamos ao que interessa (e muito), Bagan, é um dos lugares de maior interesse turístico do Mianmar.

Prestem atenção nos números : - São 4.400 templos budistas, espalhados em somente 42 km quadrados.
A maioria, construída há mais de 800 anos !

Só existe algo parecido no Camboja (em Angkor Wat), lá os templos são maiores, mas estão bem mais espalhados.

Aqui é tudo bem plano então voce sobe em algum dos templos e pra todo lado que olhar vai ver templo que não acaba mais, é um panorama bem legal.




Só nessa foto devem ter uns 50 templos.



Nessa talvez até mais.


Tem bastante turista, mas é tanto templo que quando voce vai passear, pode optar por conhecer dezenas, ou quantos voce aguentar e vai estar sozinho, com um templo só prá voce, rezar ou simplesmente admirar.




Esse, assim como vários outros que conhecemos, era só "nosso".


Claro que os de maior interesse, sempre estão cheios e tem também aqueles vendedores meio cansativos...  Mas isso faz parte.




Parte central do maior e mais importante
templo de Bagan, esse está sempre cheio.


Sim, tudo isso, mas pra que ? Ou melhor, porque ?

A história é mais ou menos assim : - No ano de 1044, o rei Anawrahta, super poderoso e que tomou o trono a força, resolveu unificar grande parte da Birmania (hoje Mianmar) e implantou aqui em Bagan o Budismo Theravada.

Começou a construir templos e converter todos ao Budismo. A aceitação foi bem tranquila, pois eles tinham várias "seitas" e com o Budismo devem ter achado um caminho mais lógico e interessante ao entendimento das coisas.
O rei  morreu logo, mas por 200 anos foram seguidas suas vontades e construíram todos esses templos.
Até que em 1287 outro rei acabou quebrando financeiramente a cidade, que foi então invadida por Kublai Khan (filho de Gengis Khan, da Mongólia) e, pararam as construções.

Ainda, em 1975 um fortíssimo terremoto danificou muito tudo isso.

Em 1990 o governo resolveu investir e reconstruir tudo, provavelmente visando o turismo.

Claro que tem muita coisa preservada, da época, original mesmo.
Muita coisa de valor histórico.
Mas também tem algumas coisas com uma reconstrução meio duvidosa.

Agora, não esperem encontrar templos maravilhosos, são bem rústicos, quase sem cores, pedras preciosas e ouro. E também não são enormes, como outros templos budistas que conhecemos.
Aqui o que realmente impressiona é a quantidade e tudo isso dentro e entre as vilas.
A visão do horizonte cheio de templos é linda.

Na região só tem praticamente duas estradinhas/avenidas asfaltadas, o resto é tudo de terra e areia.
De Nyaung U, onde ficamos, até Old Bagan são 7 km, depois mais uns 6 km até New Bagan e entre isso, os templos.

Então, qual a melhor maneira de visitar ?
A pé, de carroça, bicicleta, bicicleta elétrica ou carro.
Cada um escolhe o que achar melhor.
Todas as opções tem prós e contras.

Nós optamos no primeiro dia por carro com motorista e um guia particular, é caro (US 70), se tivesse mais um casal pra dividir seria perfeito, mas não encontramos e fomos assim mesmo.

Aqui cabe uma observação : - Seria ideal se nós falassemos e/ou entendessemos o ingles com perfeição. Pois o guia (indicado pelo hotel), apesar de um sotaque bem forte, falava muito bem (era professor aposentado) e ainda era um estudioso, entendia muito da história toda e de budismo.
Os termos utilizados nas explicações e o vocabulário farto dele fazia com que nós perdessemos muito.
E assim acaba cansando e voce nem presta muita atenção em tudo que ele explica.
É claro que fomos levados em alguns dos melhores templos, etc..
Mas eu acho que não compensa.
Culpa nossa, o ingles tá fraco pra isso.




Mr. U Thaung, nosso sábio guia.


O que seria o ideal então, na minha opinião, é a bicicleta elétrica (US 6/ cada) e voce dá uma estudada básica, monta seu próprio roteiro e vai.
Foi o que fizemos no dia seguinte e foi bem legal.




De bike elétrica é bem legal, só tem que cuidar no areião.


Noutro dia fomos de bicicleta normal também (US 1,50/ cada).
Mas fica tudo meio longe e é muito calor, cansa.




Bike normal, na areia tem que empurrar, cansa mais.


Passeando naquele templo, que eu comentei acima ser o mais importante daqui, tivemos um daqueles "momentos de celebridade".
Naquele dia estava bem movimentado era uma festividade importante então veio gente de tudo quanto é canto.
Uma certa hora umas duas meninas chegaram na gente e fizeram aquelas perguntinhas básicas.
De onde voce é ? Quantos dias vai ficar aqui ? Está gostando do Mianmar ?
Bom isso acontece sempre então respondemos como de costume.
Só que dessa vez seria diferente, elas quiseram estender a conversa e foi aparecendo menina de todo lado.
Elas moravam numa vila próxima do outro lado do rio e estavam estudando ingles.
Pra elas é o máximo poderem conversar com turistas e demonstrarem seus conhecimentos. 
Na vila não chegam turistas, então queriam aproveitar a grande chance. Parecia um interrogatório, todas querem ter sua vez e perguntam quase sempre as mesmas coisas. São envergonhadas, mas vão se soltando. Uma hora eu falei, chega dessas perguntas chatas, eu nem falo ingles direito.
Deixa eu ver, vamos fazer uma adivinhação, vou adivinhar a idade de voces, etc. Elas adoram ficam numa felicidade.
A uma certa hora a Cris já tinha o grupo dela e eu o meu.
E tinham vários outros grupinhos com outros turistas também.
Meninos também tem, mas eles são mais envergonhados.
As meninas são bem envergonhadas também, mas em grupo tem mais coragem e vão se soltando. É muito engraçado.
Depois de uns 15 ou 20 minutos, bom, agora chega nós vamos indo. Daí começa a hora das fotos e autógrafos. Isso mesmo elas pedem seu autógrafo. E quando veem que já vamos mesmo, começam os convites para visitar a cidade delas, escola, e almoçar com suas famílias. 
Dá vontade de ir.
Mas não fomos.




O "assédio", e a Cris lá atrás com o grupo dela.
(não parece mas elas tem por volta de 17/18 anos)


Estávamos num templo com nosso guia e um cara que ele conhecia disse que estava acontecendo uma cerimonia lá atrás.
Demos sorte, pois estava bem no final, era uma reza de apresentação das meninas bem novinhas, que no dia seguinte iriam pela primeira vez a um monastério, servir e aprender como monjas.
(Lembram no post do Inle Lake os caminhõezinhos com os meninos indo pra uma cerimonia igual a esta ?) Estavam todas vestidas de "princesas" e no dia seguinte iriam raspar os cabelos.
O guia achou melhor eu não tirar foto da cerimonia. Não era coisa de turistas.




Mas quando acabou, pedi permissão
pra mãe de uma delas.


Nosso guia também nos levou num mosteiro para vermos a vida real dos monges e, segundo ele, aquele lugar seria o ponto alto do tour, pois o monge que "chefia" lá é o mais importante de toda Bagan, ele é o único monge descendente da família daquele rei que em 1044 começou com tudo isso.
E se quizessemos poderiamos tentar uma breve conversa com ele (traduzida pelo guia, claro).
Então eu perguntei : - Mas sobre o que eu poderia falar com ele, pessoa tão importante ?
E ele : - Voce fala o que quiser, pergunta o que quiser.
Claro que não fui, afinal de contas quem sou eu perto dele.
E o que voces acham que eu poderia perguntar ?
O que perguntariam se tivessem essa oportunidade ?
Eu, nem mesmo sei direito quantos Budas existiram. Quem sou eu ?




Foi esse o Mosteiro, como eram 11:00, hora do
almoço deles, fomos convidados pra participar,
Quer dizer, pra ficar olhando num canto, bem quietinhos
mas ganhamos um chazinho e outros "petiscos"
que eu não sei o que eram.


Se voce vai viajar para algum lugar cheio de história, é quase obrigatório já ter uma boa noção do que vai encontrar, senão perde muito.
Mas essa é a minha opinião pois se a curtição é só viajar mesmo então que se dane a história e fiquemos só com os visuais e fotos, é legal também !

Falando em visual, a novidade por aqui é voo de balão, deve ser incrível a vista, com certeza seriam as melhores fotos, mas ... US 350/ por pessoa.

Mais fotos :





As monjas, de rosa.
Elas são sempre mais arrumadinhas,
os monges são meio desleixados.


Esse templo deve ter sido inspirado numa
 piramide do Egito.



Aquele de trás é o mais alto daqui.



Quase escurecendo.



Bonito, né ?


A foto não ficou muito boa,
mas olhem a lua cheia lá.



Todos os templos tem
muitos Budas, claro ...



... em várias posições e de
vários aspectos ...



...todos tem um significado diferente.



Essa é a posição mais clássica.



Mais templos.



Na beira do rio também tem.



E lá em cima da montanha,
do outro lado do rio, também.



Logo mais o próximo post. Agora estamos indo pro norte na região de Mandalay, mas ainda não definimos onde ficaremos primeiro.

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